Se o Brasil aproveitasse as águas públicas para a criação de peixes poderia produzir 80 milhões de toneladas ao ano. Hoje a produção é de 1,5 milhão. A experiência já está sendo testada no lago de Itaipu Binacional. Segundo o gerente da Câmara Setorial de Piscicultura do Estado do Paraná, Eloi Kuhn, a atividade poderia elevar a renda média dos pescadores e ainda gerar milhares de empregos.
Com o aumento da produção, os custos dos insumos iriam diminuir e o peixe chegaria mais barato à mesa do consumidor. Hoje o brasileiro consome em média 5 quilos de peixe ao ano (3 quilos no Paraná) sendo que a recomendação é de 15 a 20 quilos.
Segundo Kuhn, o governo federal emitiu uma portaria liberando o uso das águas públicas em novembro do ano passado. Mas a idéia tem encontrado resistência junto aos órgãos ambientais. Eloi explica que o peixe que melhor se adapta à atividade é a tilápia. Porém, ela é exótica, original do Rio Nilo, no Egito. No entanto, o gerente fala que a espécie foi introduzida há mais de 30 anos e passou por vários ciclos de reprodução, sem causar qualquer dano ambiental. Para discutir a liberação no Estado, os órgãos ambientais e autoridades ligadas ao tema vão debater o assunto no próximo dia 20, em Curitiba.