De cada dez computadores em uso no Brasil, seis rodam algum tipo de software pirata. O dado é da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), cujos representantes participaram ontem, em Curitiba, de um evento de combate à pirataria realizado na sede do Ministério Público do Paraná (MP-PR), por iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Graças a ações educativas e de repressão, a pirataria de softwares no Brasil caiu 8% nos últimos cinco anos. Porém, os dados ainda são alarmantes. Só no ano passado, o País acumulou prejuízos na ordem de US$ 2,9 bilhões em função da violação de direitos de propriedade intelectual na área de tecnologia da informação.
No Paraná, o prejuízo foi de cerca de R$ 244 milhões. O Estado tem o quinto maior prejuízo do País, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
“Só para se ter uma ideia, se a pirataria de softwares caísse mais 10% no Brasil, os benefícios seriam a geração de 3,7 mil empregos diretos e indiretos, a indústria de tecnologia da informação movimentaria mais R$ 422 milhões e o País arrecadaria mais R$ 96 milhões em impostos”, diz o coordenador do grupo de defesa de prioridade intelectual da Abes, Antônio Eduardo Mendes da Silva.
Segundo ele, a maioria das pessoas, ao adquirirem produtos piratas, acreditam que estão levando vantagens. Porém, não imaginam os males que a atitude gera à economia nacional e a elas próprias.
“Quando alguém utiliza um software pirata, corre o risco de se expor a vírus e ter seu computador invadido por programas maliciosos que podem permitir que outras pessoas tenham acesso a seus dados pessoais. Na hora da compra de um computador, é importante saber se o software está incluindo e constando na nota fiscal, o que diminui os riscos de se levar para casa um produto pirata”.
Treinamento
Também no evento realizado no MP-PR, agentes públicos receberam treinamento para identificação de produtos piratas e orientações sobre como devem atuar durante a realização de grandes ações de combate.
“Nem sempre é fácil identificar os produtos piratas. Muitas vezes, eles são tão bem feitos que os agentes se sentem inseguros no momento da identificação. A falsificação atinge uma série de produtos, inclusive remédios, colocando em risco a saúde da população”, afirma a secretária executiva do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Ana Lúcia Moraes.