A canonização do primeiro santo brasileiro, realizada ontem pelo papa Bento XVI, deve aumentar o interesse das pessoas pelas chamadas ?pílulas de frei Galvão?, que fizeram com que o religioso se tornasse famoso no século XVIII. Atualmente, em diversos locais do Brasil, as pílulas estão sendo distribuídas com o objetivo de alimentar a devoção dos fiéis. Em Curitiba, isto acontece na paróquia Bom Jesus, localizada na praça Rui Barbosa.

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?Em sua época, Frei Galvão entregava pílulas às pessoas que buscavam graças, como mulheres que desejavam engravidar e enfrentavam dificuldades ou enfermos que buscavam a cura. Paralelamente, recomendava aos fiéis que fizessem uma novena e tivessem fé?, explica o pároco da Bom Jesus, frei Délcio Lorenzetti.

As pílulas, na verdade, são comprimidos pequenos feitos de papel. Neste papel, são escritos, em tamanho bastante reduzido, alguns ensinamentos bíblicos. Na paróquia Bom Jesus, a pílula é fornecida há um ano. No início, era trazida do Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde é feita por religiosas. Atualmente, é confeccionada no próprio local.

Segundo frei Délcio, a pílula não é milagrosa e não pode ser encarada como algo mágico. Também não substitui qualquer tipo de remédio ou tratamento médico. ?A pílula não é, de forma alguma, a solução de todos os males. Funciona apenas como um remédio espiritual, exigindo que as pessoas tenham fé e devoção?, comenta.

Frei Galvão

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Antônio Galvão de França, o Frei Galvão, nasceu em 1739, em Guaratinguetá, no interior do estado de São Paulo. Iniciou a vida religiosa aos 13 anos, estudando no Seminário dos Padres Jesuítas da Bahia. Aos 21 anos, no Rio de Janeiro, recebeu o hábito de São Franscisco. Pouco tempo depois, foi ordenado sacerdote. Em 1774, em São Paulo, fundou o Recolhimento Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como Mosteiro da Luz e considerado patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas (ONU). Morreu em 1822.