As pichações em toda a cidade de Curitiba, principalmente no Centro Histórico, estão incomodando muitos moradores e comerciantes. Alguns lojistas já desistiram até de restaurar os estragos e há estabelecimentos que acumulam a marca dos pichadores há 3 anos. Mas, agora, além das paredes rabiscadas, os vidros viraram alvo e estão sendo riscados.
Giovanni Muffomm foi o primeiro lojista do Largo da Ordem. Chegou lá há três décadas. Ele conta que a situação ficou assim nos últimos três anos, época em que desistiu de encobrir as pichações. “Não pinto enquanto não resolverem esta situação. Cansei, eles ganharam”, desanima. Mas Giovanni enfrenta outro problema, os cinco vidros do estabelecimento estão riscados. A troca de cada um deles custa R$ 500,00. Mas Giovanni reconhece que o carro da PM que fica na região do Largo ajudou um pouco. “Bastava reprimir que ia acabar com esta malandragem”, opina.
Fábio Costa é outro lojista, mas ele ainda não desistiu de pintar seu estabelecimento. Esta semana passou uma demão de tinta nas paredes, só não sabe como elas vão estar na segunda-feira. “No mês passado, todo fim de semana eles picharam. Sempre tinha algo diferente quando a gente chegava aqui”. A limpeza no local esta semana custou R$ 300,00. Ele também costuma passar um produto que facilita o trabalho na hora de remover a tinta, lá se vão mais R$ 100,00.
Mas Fábio também reclama dos assaltos. Só este ano foram oito. “Eles andam até pelo telhado”, afirma.
Sandro Ramos é freqüentador do local e não se conforma em ver a igreja histórica toda rabiscada. “Para mim deveriam fazer eles restaurar todo o estrago. A gente precisa acabar com isto antes que seja mais difícil”, defende. Para Sandro é fácil identificar os pichadores, já que sempre são os mesmos. No Largo da Ordem nem a fonte escapou, os pichadores tiveram a capacidade de entrar na água para sujar o monumento. Sem contar a guarita da Guarda Municipal. “Isto mostra toda a falta de autoridade. Eles pensam: “Picho mesmo, e daí??”, completa Sandro.
Mas alguns turistas parecem não enxergar o problema. José Ribamar Nazaré Nunes, do Maranhão, e Lucrécia Welter, de Brasília, só notaram a sujeira depois que a reportagem de O Estado, perguntou sobre o assunto. “Quando cheguei não percebi”, diz Lucrécia. José explica que em outras cidades a situação é pior.