O Paraná registrou uma queda de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2016 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social). A retração, contudo, foi menor do que a registrada no Brasil. De acordo com dados anunciados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB brasileiro recuou 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nas demais comparações, o Paraná também registrou um resultado melhor do que o Brasil. De janeiro a junho, o recuo do PIB no Estado foi de 3%, contra 4,6% do Brasil. Nos últimos quatro trimestres terminados em junho, a queda é de 3,7%, contra 4,9% do País.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a retração brasileira no segundo trimestre foi de 0,6%, totalizando um Produto Interno Bruto (PIB) R$ 1,53 trilhão. O Ipardes não calcula essa relação para o Paraná.
Fôlego
O resultado do segundo trimestre no Paraná, embora negativo, aponta para um cenário menos pior do que o que o Estado vinha registrando, indicando alguns sinais de melhora, ainda que tímidos, de acordo com o presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior.
De acordo com ele, os números já indicam que a recessão vem perdendo fôlego no Estado. “Ainda é cedo para falar em retomada, os números permanecem ruins, mas, provavelmente, mantidas as atuais condições, vamos fechar o ano com uma queda no PIB menor do que a registrada no ano passado, o que abre espaço para um 2017 de crescimento, ainda que pequeno”, diz. No ano passado, a economia do Paraná encolheu 2,8% e a do Brasil, 3,8%.
Agropecuária e serviços
No segundo trimestre, dois setores do Paraná tiveram resultados melhores do que o do Brasil. Na comparação com o mesmo período passado, a agropecuária teve variação negativa de 1,6% no segundo trimestre no Estado, contra uma queda bem mais expressiva, de 3,1%, no Brasil. O setor de serviços, por sua vez, caiu 1,5%, contra uma retração brasileira de 3,3%, na mesma base de comparação.
Na agropecuária, a atividade foi afetada pela frustração da safra da soja, principal produto exportado pelo Estado, mas ainda assim o Estado obteve resultados melhores do que a média. Na avaliação do economista, o setor de serviços, embora com queda menor (1,5%), deve ter uma recuperação mais lenta porque depende do mercado interno, ainda bastante afetado pela queda do consumo e desemprego alto.
Reação
Apesar de ainda amargar retração, a indústria já esboça sinais de reação e começa a começa a deixar o fundo do poço. O setor vem apresentando cenário “menos pior” do que nos períodos anteriores, embalada principalmente pela retomada das vendas no mercado externo, de acordo com Suzuki Júnior.
De maio a junho, o setor registrou uma retração de 5,7% no Paraná, menor do que a apurada no acumulado do ano (6,3%) e nos últimos doze meses encerrados em junho (7,9%). “A indústria de alimentos, que é a principal do Estado, vem encontrando lugar no mercado externo e a automotiva tem recuperado exportações, principalmente para a Argentina”, diz Suzuki Júnior.
Brasil
De acordo com o IBGE, o País registrou o sexto trimestre seguido de recuo do seu PIB, o mais longo desde o início da série histórica das Contas Nacionais, iniciada no primeiro trimestre de 1996. No segundo trimestre comparado com igual período de 2015, além do recuo da agropecuária, da indústria e dos serviços, o investimento, medido pela Força Bruta de Capital Fixo, teve recuo de 8,8%, o consumo de famílias teve retração de 5% e o consumo do governo de 2,2%.