A Polícia Federal de São Paulo apreendeu na tarde de ontem 460 quilos de cocaína pura importada do Cartel de Cali, na Colômbia. Avaliada em US$ 2,3 milhões, a droga “de grife” estava dividida em tabletes de um quilo com a estampa de um golfinho em baixo relevo. O pó – descoberto no fundo falso de três caminhonetes Ranger – seria distribuído em São Paulo, Rio de Janeiro e Europa. Policiais da Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF chegaram à droga depois de cinco meses de investigação e monitoração do carioca Cléber Matias Pereira, 34 anos, apontado como um dos responsáveis pela importação da droga.
Pereira foi preso às 15h30 junto com o representante comercial Nélson César Ochi, de 43 anos. Os dois foram foram abordados quando estavam parados dentro da camionete Ranger, placas CKO-7622, nas proximidades do Hotel Ibis, na Barra Funda. Depois da prisão, os policiais localizaram outras duas caminhonetes Ranger – placas CTH-3566 e BVC-8990 – paradas num estacionamento da Rua Maria Antônia, Centro, ao lado do Hotel Ipanema, onde os acusados estavam hospedados. O três veículos foram reformados exclusivamente para o transporte da droga. Um fundo falso foi construído na caçamba e nas laterais da carroceria. Para não chamar a atenção, as carrocerias ganharam um revestimento de plástico duro negro e removível. Cada veículo carregava a mesma proporção de droga.
O delegado Wagner Castilho afirmou dos 460 quilos de cocaína, apenas 100 seriam exportados a países europeus ainda puros. “Para o comércio no mercado brasileiro, os traficantes triplicam ou quadriplicam a droga com acréscimo de outras substâncias.”
As investigações continuam. Agora, o objetivo dos federais é chegar ao restante da quadrilha. Ainda faltam os receptadores e os transportadores da droga. Sabe-se apenas que Pereira é carioca e que usava a capital paulista para comandar as transações do narcotráfico. Quando estava em São Paulo, ele ficava hospedados em hotéis.
Segundo Castilho, a cocaína entrou no Brasil por via terrestre. “A droga veio do Mato Grosso Sul, cruzou o Estado de São Paulo e daqui seria destinado ao Rio de Janeiro e à Europa”. Pereira e Ochi ficaram detidos na carceragem da Polícia Federal . Eles, que se reservaram ao direito de só falar em juízo, vão responder a processo criminal por tráfico internacional.