Começou ontem, em Curitiba, o 14.º Encontro Anual de Pesquisadores da Associação Brasil-Japão de Pesquisadores (SBPN). O tema deste ano será Globalização, Efeitos da Tecnologia, Ciência, Educação e Economia. O encontro está sendo realizado no Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Paraná (Cietep), e reúne professores de universidades paranaenses e de outros estados. O seminário termina hoje.
O presidente da SBPN, Sérgio Ossamu Ioshii, explica que o encontro ocorre todos os anos e reúne professores para discutir temais atuais. Este ano a globalização é a bola da vez. Eles vão analisar o reflexo do fenômeno em diversas áreas, como a medicina, a cultura e a economia.
Sérgio explica que a globalização começou pela economia, depois passou pela cultura, e agora até as doenças estão se globalizando. Patologias tropicais estão surgindo no hemisfério norte. Um exemplo é a doença de Chagas, que já apareceu no Japão devido ao intercâmbio entre os dois povos. Já no Brasil vêm surgindo casos de febres de origem desconhecida e algumas viroses pouco comuns. Outra questão debatida são as doenças que foram erradicadas em alguns países, mas que podem voltar a apresentar casos devido ao trânsito de passageiros.
Um exemplo é o sarampo e a paralisia infantil, que estão extintas no Brasil, mas que ainda fazem vítimas em outros países. ?Os governantes precisam ficar atentos a estas questões?, comenta Sérgio. Ele diz ainda que, de um modo geral, os países estão fazendo as barreiras sanitárias de forma adequada – o Japão por exemplo, exige que as pessoas que viajam ao Brasil tomem vacina contra a febre amarela. ?Todas estas questões vão estar sendo discutidas aqui. Os professores trocam experiências e atualizam seus conhecimentos?, explica.
Outro tema abordado é o futuro da comunidade nipo-brasileira. Para Sérgio, cada vez mais os descendentes de japoneses vão estar atuando de forma efetiva em áreas como a economia, política e cultural do País. A globalização também pode ser vista observando o perfil dos casais que integram a comunidade. Em São Paulo, 30% deles não são mais formados apenas por nisseis.