O pesar não foi o sentimento predominante entre quatro das cinco pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que, ontem, contaram como foi o acidente que destruiu a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), no sábado. Tanto elas quanto a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lucélia Donatti, demonstraram a clara vontade de participar ativamente da reconstrução da estação brasileira para retomar as pesquisas.
“Não pensamos em tempo. Pode levar um, dois ou três anos, mas é fundamental que a comunidade científica seja ouvida, principalmente, quem integra o Programa Antártica”, defendeu Lucélia. Ela admite que a estação era arcaica, já que a estrutura datava de 30 anos. “Já que precisamos reconstruir, que sejamos competitivos em relação às demais estações existentes. Até o momento, a realidade do cientista brasileiro seja no laboratório da universidade, seja na Antártica sempre foi distante das condições ideais”.
Pesquisa
A UFPR desenvolve pesquisas no território antártico desde 1984. A EACF opera durante o ano todo. Geralmente, os pesquisadores atuam no verão antártico, que vai de novembro a março. O retorno das equipes de pesquisa estava marcado para o próximo dia 6. O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, vai se reunir no próximo dia 8 com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, que estará em Curitiba.
Diante disso, a aluna do mestrado em Biologia Celular e Molecular, Maria Rosa Pedreiro, a doutoranda em Biologia Celular e Molecular, Cíntia Machado, a mestranda em Ecologia e Conservação, Nádia Sabchuk, e a mestranda em Biologia Celular e Molecular, Priscila Krebsbash, são uníssonas em afirmar que as vidas dos dois militares que morreram tentando apagar o incêndio não serão perdidas em vão.