O jaleco utilizado por médicos e profissionais da saúde está servindo de refúgio para micro-organismos. O alerta vem de um estudo levado por duas alunas do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), na cidade de Sorocaba, interior paulista.

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Segundo as autoras da pesquisa, Fernanda Dias e Débora Jukemara, em 96 pessoas estudadas, mais de 95% dos jalecos utilizados apresentavam contaminação por bactérias, entre elas a Staphilo coccus aureus, considerada uma das principais agentes de infecção hospitalar.

Para a professora da PUCSP, Maria Elisa Maluf, o grande problema está na banalização do jaleco e da falta de cuidado com a higiene dos profissionais da saúde.

“O jaleco era para ser um Equipamento de Proteção Individual (EPI), mas parece que esse objetivo foi esquecido. A pesquisa indicou que o mesmo jaleco era usado de segunda a quinta-feira sem que fosse devidamente higienizado e era utilizado fora do hospital, como em restaurantes”.

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A coordenadora de controle de infecção hospitalar do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba, Heloisa Gianberardino, também chama a atenção para esta questão. “Mais importante do que dizer que os jalecos estão cheios de microorganismos é o de atentar para a higiene. Aqui no Pequeno Príncipe sempre quando um profissional sofre alguma contaminação, o jaleco do profissional é enviado para a lavanderia para a limpeza. Além disso, os profissionais são orientados a sempre higienizar as mãos, pois isso evita bastante possíveis contágios”, afirma.