Pesquisa revela que anos de estudo tem relação com o álcool

Os jovens com ensino superior completo são os que mais abusam da mistura entre álcool e direção. Essa é uma das conclusões do estudo elaborado pelo projeto Vida no Trânsito, que teve seus dados divulgados pelas secretarias municipais de Saúde e Trânsito de Curitiba. O levantamento mostra uma tendência curiosa: quanto maior o nível de escolaridade, mais frequente é o hábito de beber antes de pegar o volante do carro ou o guidão da moto.

O projeto Vida no Trânsito é uma ação do governo federal para reduzir as mortes e lesões no trânsito do país. A iniciativa integra o projeto global “Road Safety in 10 Countries” (RS 10), que tem como meta atingir o objetivo, traçado pela ONU, de reduzir em 50% o número de vítimas do trânsito em todo o mundo em dez anos, na década internacional de redução de acidentes.

Consumo abusivo

Os dados que mostram essa tendência foram levantados através de uma pesquisa nacional realizada em todas as capitais do Brasil. “Uma das questões era se a pessoal bebeu ou dirigiu alguma vez nos últimos 30 dias. Os homens com idade entre 25 a 30 anos foram os que mais fizeram uso do álcool, mas o consumo abusivo, de mais de cinco doses, é maior na faixa entre 18 e 24 anos”, conta a coordenadora de Vigilância de Acidentes e Violência da Secretaria Municipal da Saúde, Vera Lídia Oliveira.

“O resultado mais curioso é o que analisa a escolaridade. O hábito de dirigir alcoolizado aumenta diretamente de acordo com os anos de estudo”, conta Vera. “Tem se conversado muitos sobre ações educativas. Mas isso mostra que só educação não basta, já que os mais instruídos são os mais imprudentes em relação a beber e dirigir”, avalia.

Em Curitiba, quase uma morte por dia

Em Curitiba, um comitê trabalha desde agosto de 2012 na integração de todos os bancos de dados relativos a acidentes automobilísticos. Participam do grupo órgãos e instituições como secretarias municipais, Detran, polícias rodoviárias, Batalhão de Polícia de Trânsito, Universidade Federal do Paraná, Ordem dos Advogados do Brasil, Siate, Samu e hospitais.

Os dados levantados apontam que as três causas principais de acidentes na cidade são: uso de álcool, excesso de velocidade e falhas de infraestrutura. Em 2011, Curitiba registrou quase uma morte por dia no trânsito. Foram 321 vítimas fatais e mais de 1.500 pessoas foram feridas gravemente. No primeiro semestre de 2012, a tendência se manteve, com 144 mortes.

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