As indústrias processadoras de beterraba desidratada realizam o branqueamento, um pré-tratamento na matéria-prima com água quente, com o objetivo de desativar enzimas que poderiam deteriorar o produto desidratado. A água que resulta desse processo possui o corante natural da beterraba, a betaína, que é utilizada como aditivo em produtos alimentícios.
A acadêmica Adeline Maria Becker, do curso de Engenharia de Alimentos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e bolsista do Programa Institucional de Bolsas Iniciação Científica, desenvolveu pesquisa relacionada à utilização de uma membrana de osmose inversa para a retenção de corante de beterraba. O estudo mostrou grande eficiência, retendo cerca de 98% do corante da beterraba.
“Utilizando-se um pequeno vaso de aço inox, a solução contendo o corante de beterraba foi colocada sobre uma membrana polimérica de osmose inversa, capaz de reter pequenas moléculas, como a molécula de betaína”, explicou Adeline. “Pressurizando-se a célula com nitrogênio, forçou-se a passagem da água da solução pela membrana, ocorrendo uma retenção de cerca de 98% do corante da beterraba.”
De acordo com a orientadora da pesquisa, professora Cinthia Bittencourt Spricigo, a vantagem desse processo é a possibilidade de realizar uma concentração do corante na água de branqueamento, o que reduziria a energia gasta em um posterior processo de desidratação para produção do corante em pó, além do tratamento fornecido para a água do processo de branqueamento, que sairia do processo isenta de resíduos. “Esses benefícios podem ser estendidos para tratamentos de efluentes industriais, dessalinização de água e outros fins”, avaliou a professora.