O consumidor com maior poder aquisitivo é o mais endividado no Paraná. O percentual de famílias com renda superior a dez salários mínimos com algum tipo de dívida chegou a 94,1% em janeiro. Em dezembro, esse índice era de 91,7%. Já entre as classes C, D e E o endividamento atingiu 85,6% neste começo do ano. A média de endividamento no Estado no mês de janeiro ficou em 87% e se manteve estável na comparação com dezembro (87,1%).
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), que mostra também que o Paraná continua no topo da lista dos estados mais endividados do país. Em janeiro de 2017, 55,6% das famílias brasileiras possuíam algum tipo de dívida, o menor resultado desde junho de 2010.
Para 68,1% dos endividados, o cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida. Entre as classes A e B seu uso para parcelamentos é um pouco maior, com 70,3%, ante 67,6% entre os consumidores das classes C, D e E.
O financiamento imobiliário e de veículos são os outros principais agentes de endividamento, com 12,3% e 10,3%, respectivamente. Na comparação entre as faixas de renda, a compra da casa própria corresponde a 14,8% das dívidas nas famílias com rendimento superior a dez salários mínimos, contra 11,7% naquelas com receitas mensais inferiores. A dívida para aquisição de automóvel é mais comum entre as classes C, D e E, com 10,5%, ante 9,7% nas classes A e B. O carnê e o cheque pré-datado são formas de parcelamento restritas às famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, uma vez que não foram mencionados pelos consumidores com receitas acima deste patamar. Representam 3,7% e 0,3%, respectivamente. Da mesma forma, as dívidas por meio do crédito pessoal são maiores entre os paranaenses com renda de até dez salários mínimos, com 3,6% contra 2,6% na faixa de renda superior.
Inadimplência
O percentual de famílias paranaenses que possuem dívidas ou contas em atraso foi de 27,6% ante 28,9% em dezembro. Na comparação anual, o índice teve elevação de 1,9 ponto percentual. O atraso no pagamento é maior entre as famílias com renda até dez salários mínimos, com 34,2%, ante 20% nas famílias com renda superior.
Entre os que estão com contas atrasadas, em 55,9% dos casos essa demora no pagamento está acima de 90 dias e podem ser considerados inadimplentes e ter seu CPF incluso nos sistemas de proteção de crédito. Neste aspecto, também há diferenças entre as classes econômicas: os inadimplentes somam 56,9% nas famílias com renda até dez salários, enquanto naquelas com renda mais elevada é 51,6%.
Já o percentual de famílias que disseram que não terão como pagar as dívidas e, portanto, permanecerão inadimplentes aumentou. Passou de 9,2% em janeiro de 2016 para 11,9% em dezembro passado, chegando a 12,3% em janeiro de 2017.