Os investimentos em pesquisa clínica no Brasil ainda são considerados muito pequenos. Embora eles existam, ainda são insuficientes para que um maior número de produtos brasileiros seja patenteado e, conseqüentemente, para que o valor dos medicamentos diminua ao consumidor final.
O assunto foi discutido ontem, durante a primeira edição do curso de capacitação institucional para comitês de ética em pesquisa, realizado no auditório do Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, pela presidente da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC), Greyce Lousana.
Segundo ela, o governo tem investido bastante na estruturação de centros de pesquisa. No segundo semestre deste ano, o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) destinou R$ 30 milhões a quatorze centros de pesquisas distribuídos pelo Brasil (nenhum no Paraná). Porém, o valor ainda é pequeno para suprir todas as necessidades, inclusive referentes à formação de novos pesquisadores.
?O Brasil vai bem em relação às fases dois e três de pesquisa, que envolve testes de medicamentos em pessoas doentes anteriormente à comercialização. Entretanto, está atrasado em comparação a outros países em pesquisas pré-clinicas (desenvolvimento de produtos em si) e na fase um (testes em pessoas saudáveis). É justamente isso que impede o patenteamento de produtos nacionais?, afirmou.
Segundo dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Brasil fecha o ano de 2005 com 834 pesquisas desenvolvidas. Dos projetos aprovados pela própria agência, 67% eram voltados à indústria farmacêutica, 22% a organizações representativas de pesquisa e 12% a universidades.
