Pesquisa aponta realidade dos abrigos

Uma pesquisa inédita aponta a falta de qualidade e a dificuldade apresentadas pelos abrigos de menores no Paraná. O Levantamento de Abrigos para Crianças e Adolescentes no Estado foi desenvolvido durante um ano – de maio de 2005 a maio deste ano – pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente (Cedca). Apresentados agora, os resultados do estudo chamam a atenção.

A pesquisa visa fomentar as políticas públicas de intervenção nos abrigos e de acompanhamento e reorganização do grupo familiar de origem. "Não tínhamos esses dados, o que significa que também existe, então, uma dificuldade de controle das atividades que desenvolvem esses abrigos", afirma o assistente social Dorival da Costa.

Considerando que dois dos princípios básicos dos abrigos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), deveriam ser a brevidade e a excepcionalidade no tratamento das crianças, as conclusões alcançadas pela pesquisa são decepcionantes. "No Paraná, o tempo de permanência nos abrigos é algo que surpreende. Outro dado que chama a atenção é que são muitos os abrigos, significando que não reduzimos o abrigamento ainda como solução para a carência das famílias", comenta Costa.

A pesquisa mostrou que são 285 abrigos em funcionamento em 154 municípios do Paraná. O número de abrigados chega a 3.786. Desse total, 93% vivem no abrigo e somente 3% passam a semana. Apenas 7,4% dos menores ficam menos de um mês nos abrigos. A maioria, ou seja, 40,7%, está há mais de dois anos. E ainda 8% estão há mais de dez anos. Outro dado é que o abandono é a principal causa de abrigamento, representando 24,5%. Outro índice que assusta é que somente 13,2% dos abrigos cumprem os critérios mínimos de manter os vínculos familiares. O texto com o resultado final da pesquisa está sendo finalizado para publicação. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo