Pesquisa aponta falhas na pista do Afonso Pena

A edição deste mês da revista Aero Magazine divulgou uma pesquisa sobre as condições das pistas dos principais aeroportos do Brasil, e que apontou o Aeroporto Internacional Afonso Pena, de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), como um dos mais preocupantes. Especializada em aviação, a revista entrevistou diversas tripulações das grandes empresas aéreas que operam no País, e apontou os 10 aeroportos que apresentam as maiores preocupações por parte dos pilotos.

De acordo com a publicação, os principais problemas levantados sobre a pista do aeroporto que atende a capital paranaense são as ondulações, a ausência de uma taxiway (pista secundária, de acesso às cabeceiras), na cabeceira 15 e o piso considerado escorregadio pelos pilotos. ?Eles revelaram que o grande risco é o piso escorregadio, pois nos dias de chuva, há o risco de derrapagem, como aconteceu do dia 22 de março, com um avião da BRA, no Aeroporto de Congonhas (em São Paulo)?, informou o editor-chefe da revista, Valtécio Alencar, explicando que o problema de ondulações causa apenas um desconforto aos passageiros, enquanto a principal conseqüência da ausência de uma taxiway é a perda de tempo com operações, já que o avião é obrigado a fazer uma manobra de 180 graus e retornar à cabeceira que tem a pista secundária, a 33.

Segundo Valtécio, os pilotos entrevistados também levantaram a necessidade da construção de uma segunda pista, como previsto no projeto inicial do Afonso Pena, bem como a falta de um aparelho ILS, para aterrissagem por instrumentos, mais avançado, pois inúmeros vôos em Curitiba acabam atrasando ou tendo a rota desviada por causa da pouca visibilidade.

Através da assessoria de imprensa, a sede da Infraero em Curitiba, responsável pelo aeroporto, informou que a cada seis meses é feito o grooving (ranhuras no asfalto, que auxiliam na frenagem), sendo que o último foi feito em janeiro e, também a cada seis meses, é medido o coeficiente de atrito da pista, que sempre ficou dentro dos padrões internacionais.

A Infraero destacou ainda que não recebeu nenhum relatório de perigo – alerta que as tripulações emitem quando percebem alguma situação de risco no aeroporto, como problemas na pista – desde janeiro do ano passado. Sobre a ausência da segunda taxiway, a administradora do aeroporto informou que essa obra já está prevista e aguarda o licenciamento ambiental para que possa ser iniciada. Já a construção de uma segunda pista, ou mesmo a ampliação da pista já existente, ainda está sendo discutida internamente.

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