Os pescadores do litoral do Estado estão denunciando a presença de barcos de pesca industrial trabalhando ilegalmente na costa paranaense. Os barcos, vindos de São Paulo, Rio, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, não estariam respeitando a delimitação de milhas e utilizando parelha – uma rede puxada por dois barcos – e, inclusive, arrastando as redes dos pescadores.
O problema, segundo a secretária da Colônia de Pescadores de Guaratuba, Elisa Lohmann, vem acontecendo desde o defeso, quando a pesca do camarão é proibida. Ela conta que a associação de Guaratuba denunciou a situação aos órgãos ambientais, que alegaram não ter embarcação para fazer a fiscalização. “Se um pescador pequeno é pego no defeso ele tem o equipamento apreendido e ainda paga multa de R$ 10,00 pelo quilo do camarão. E com esses barcos não acontece nada”, reclamou Elisa..
O presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Paraná, Edmir Manoel Ferreira disse que ainda não havia verificado in loco o problema, e que no sábado iria para alto mar constatar se a situação está mesmo ocorrendo. Ele adiantou que se as embarcações tiverem liberação para pesca nada poderá ser feito. Mas, se eles não respeitarem o limite de milhas, poderão ser multados.
O Ibama informou que estaria esperando o tempo melhorar para poder fazer a fiscalização. O responsável pela área de pesca do órgão, José Carlos Ramos adiantou que se os barcos estiveram pescando sardinha não existe limite de milhas. Ela só é válida para pesca de arrasto mecanizado, que deve ser depois de uma milha da costa, e de mais de três milhas para barcos com capacidade maior de dez toneladas e para o uso de parelha. Quem estiver irregular, além da apreensão do material, pode pagar multas que vão de R$ 700,00 a R$ 100 mil, e mais R$ 10,00 pelo quilo do pescado.