Quatro anos e meio após a explosão do navio chileno Vicuña, que culminou no vazamento de óleo combustível e metanol na Baía de Paranaguá, litoral do Estado, os pescadores da região ainda sentem os reflexos do desastre ambiental. O volume de pesca caiu pela metade.

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Além disso, de acordo com a Federação das Colônias de Pescadores do Paraná, das cinco instituições que foram alvos das ações de indenização (Catttalini Terminais Marítimos – empresa responsável pelo cais onde aconteceu o acidente; a Sociedad Naviera Ultragas – empresa chilena proprietário do navio; e outras três empresas donas da carga que contaminou o meio ambiente), apenas uma assinou acordo com parte dos pescadores.

Cerca de cinco mil pescadores entraram com ações judiciais. De acordo com o advogado Fabiano Neves, que defendeu a ação de parte dos pescadores de Guaraqueçaba, Antonina e Paranaguá, alguns pescadores entraram em acordo com a Cattalini e com a Naviera Ultragas. Segundo o advogado, cada um dos cerca de 1.800 pescadores recebeu aproximadamente R$ 1,7 mil.

“A Cattalini não aceitou pagar o acordo para outros pescadores. Assim, as ações desses continuam tramitando”, afirma Neves. A Cattalini confirmou que entrou em acordo com os pescadores de Antonina e também informou que deve se pronunciar sobre a atual situação das ações na próxima semana.

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Segundo o presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Paraná, Edmir Manuel Fernandes, os pescadores estão precisando desempenhar atividades alternativas para se manter, já que a pesca do camarão em alto-mar está proibida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) até o final de maio. “Na baía o camarão quase que desapareceu. O óleo do navio afetou a fauna marítima”, afirma Fernandes.