Pesca liberada, com restrições, no litoral do Paraná

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Presidente do IAP aponta local que permanece proibido para a pesca.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiram ontem liberar a pesca nas baías de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba. Mesmo assim, uma área denominada de segurança continua com a pesca proibida até o final da retirada dos destroços do navio chileno Vicuña do terminal da Cattalini, no Porto de Paranaguá, daqui a cerca de oitenta dias.

Segundo o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, fica restrita para a pesca uma área operacional e de monitoramento criada a partir de uma linha imaginária que parte da Ilha de Curralzinho até bóia do canal seguindo em direção à Ilha das Cobras. Num raio de duzentos metros no entorno da Ilha das Cobras também está proibida a pesca. Essa linha imaginária segue até a Ilha da Cotinga, passando pelo canal de dentro até o Iate Clube de Paranaguá e seguindo até o Rio Itiberê, retornando até o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) passando pelo local do acidente e voltando até a Ilha de Curralzinho. A pesca também está proibida nos rios Itiberê e Emboguaçu.

A definição da liberação da pesca foi feita após três horas de reunião entre representantes dos pescadores, órgãos ambientais, Ministério do Trabalho e as secretarias de Estado da Saúde e do Meio Ambiente. Conforme o superintendente regional do Ibama no Paraná, Marino Gonçalves, a instrução normativa autorizando a pesca deve ser publicada amanhã.

O presidente do IAP explicou que a área de segurança é para que, caso outro acidente aconteça, os órgãos possam agir rapidamente para contê-lo. O secretário de Estado do Meio Ambiente e Recurso Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, lembrou durante a reunião que, embora pouco, o óleo continua vazando do Vicuña.

Sem esmolas

A decisão de liberação da pesca foi comemorada pelos pescadores. Durante a reunião, os órgãos ambientais pretendiam liberar apenas as baías de Guaraqueçaba e Antonina. Entretanto, pescadores de todas as localidades foram favoráveis à liberação total. Eles justificaram a situação pelo fato de os turistas não procurarem os peixes, mesmo das áreas liberadas, pelo fato de terem desconfiança da procedência do pescado. Alguns pescadores chegaram a se irritar e criticar a ajuda que está sendo oferecida a eles. Segundo os pescadores, um salário mínimo como é o caso do seguro ecológico ou meio salário oferecido pela Cattalini são muito pouco. Em média, segundo os pescadores, um pescador ganha mensalmente R$ 800.

O presidente da Associação dos Moradores da Ilha das Peças, Paulo Afonso Teodoro Dias, afirmou que os pescadores de todas as baías foram muito humilhados devido ao acidente com o Vicuña. "Tivemos o pior Natal dos últimos anos", salientou.

A partir de hoje, a Defesa Civil começa a entregar R$ 130 a cada pescador, enviados pela Cattalini aos pescadores das bacias atingidas. A entrega começa hoje e amanhã em Antonina, e segue respectivamente em Guaraqueçaba, Pontal do Paraná e Paranaguá. São dois dias de entrega em cada local. O recurso virá em cheque nominal a cada pescador para evitar problemas. Os pescadores acreditam que o número de credenciados é bem menor do que os atingidos. Em Antonina, por exemplo, existem 487 credenciados e 865 pessoas que se acham no direito de receber a indenização. "Aposentados, pensionistas, estivadores e pescadores que tiverem outra renda não vão receber", explicou o major Luiz Henrique Pombo do Nascimento, da Defesa Civil.

Retirada do navio

A parte superior do navio foi retirada e levada para Pontal do Paraná no último dia 31. O restante da estrutura – parte ainda submersa – começará a ser retirado hoje sob monitoramento do IAP, pelo fato de ainda conter óleo combustível.

Rodrigues afirmou que o IAP deverá coletar novas amostras de animais marinhos nos pontos de restrição para garantir que, com a retirada do navio, as espécies não tenham sido contaminadas.

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