Mais do que uma homenagem ao mártir da Independência, a Praça Tiradentes, no centro de Curitiba, representa o que restou de um período em que a população ansiava por um herói. Esta é uma das conclusões do historiador e pesquisador da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Marcelo Sutil. Hoje, feriado que homenageia o herói da Independência, o historiador ressalta que é preciso relembrar a população do contexto de um dos momentos mais marcantes da história do Brasil.
“As pessoas não dão mais importância para a história. Por isso, os ícones continuam relevantes. É uma maneira de institucionalizar a memória”, afirma. No caso da estátua de Tiradentes, o historiador considera importante como símbolo da soberania nacional. Segundo Sutil, além da personificação da luta pela independência, Tiradentes também se tornou o herói da República, que só foi oficializada um século depois de sua morte.
A estudante baiana, Monique Souza, em visita a Curitiba, revela que chegou a perguntar o que a figura de um mineiro fazia numa praça curitibana. Ao mesmo tempo, ela relembra que Tiradentes lutava por algo maior do que o Estado de Minas Gerais. “Tudo o que é cultural é válido. Na época da Inconfidência Mineira, não havia fronteiras e tudo era Brasil”, diz.