Peritos não cumprem determinação judicial

Segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), os médicos peritos não cumpriram a determinação judicial que reconhece a legitimidade da greve, mas determina que 30% do serviço funcione em todas as agências. Ontem, primeiro dia da paralisação por tempo indeterminado, não houve atendimento em 13 das 51 agências do Paraná, sendo duas delas em Curitiba. Cerca de 950 perícias não foram feitas em todo o Estado. As perícias médicas são realizadas para a concessão do auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez. Só nos 11 postos da regional de Curitiba são feitos por dia cerca de 500 consultas e, em todo o Paraná, 2.400. Segundo o INSS, dos 200 médicos que atuam em todo o Estado, 79 cruzaram os braços e não estão garantindo os 30% de atendimento em todas as agências.

Segundo o presidente da Associação dos Médicos Peritos do Paraná, Chil Zunsztern, o problema vem ocorrendo porque depois do assassinato da delegada da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) de Governador Valadares (MG), Maria Cristina Souza da Silva, os médicos estão com medo de voltar ao trabalho. ?A greve é pela falta de segurança, não há como forçar os profissionais a trabalharem. Ainda mais porque serão selecionadas as pessoas atendidas para cumprir os 30%. A população pode ficar revoltada?, disse.

Terão prioridade o atendimento a trabalhadores com mais de 65 anos, para os que precisarem de acompanhamento de terceiros, os que apresentam doenças graves ou terminais e para os trabalhadores que precisam parecer imediato para retornar ao trabalho.

Para tentar encontrar uma solução, a categoria quer marcar um encontro com a gerência do INSS em Curitiba, pedindo o aumento da segurança para que os médicos cumpram os 30% em todo o Paraná. Com a greve, os médicos peritos querem sensibilizar o governo para uma pauta de 10 reivindicações, que além da segurança, inclui ainda o aumento do número de consultórios e a melhoria no atendimento aos trabalhadores.

De acordo com médico perito Alberto Cury, o problema da violência – física e verbal – contra os profissionais se acentuou há cerca de seis meses, quando o INSS acabou com as perícias feitas por médicos tercerizados, que eram responsáveis por um grande volume de concessões. Além disso, a questão social também tem reflexo nesse quadro. ?A pessoa que está desempregada vê o INSS como última alternativa para conseguir uma renda e quando ocorre a negativa, se revolta contra o médico?, falou.

A votação que decidiu pela greve na noite de quarta-feira foi feita por meio eletrônico em todo o País, sendo que 78% foram a favor do movimento.

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