A greve dos peritos médicos da Previdência Social, iniciada no dia 24 de junho, agravou ainda mais situação de trabalhadores que aguardam por uma perícia para garantir o benefício por afastamento.
Nas agências do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) em Curitiba, as perícias já estão sendo agendas somente para dezembro. Na última quarta-feira, o comando nacional da greve se reuniu com representantes do Ministério do Planejamento, em Brasília, para discutir as reivindicações dos peritos, porém não houve avanço nas negociações e o impasse não tem data para terminar.
De acordo com informações da Superintendência Regional da Previdência Social em Curitiba, estão sendo realizadas cerca de 200, ou 66%, das 304 perícias feitas em média por dia na capital.
Preocupado com a situação, o auxiliar de produção Josiel Furquim Silva, teme que a perícia marcada para setembro não seja realizada por conta da greve. Ontem, ele, que está afastado desde janeiro do trabalho devido à uma fratura na clavícula, compareceu a uma agência no centro de Curitiba para tirar a dúvida. “Como estou há quatro meses sem receber salário, estou fazendo empréstimos e contando com a ajuda de familiares para sobreviver”, comenta.
Segundo o delegado regional da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) no Paraná, Fábio Fontes Farias, o governo federal está tentando protelar a solução do problema.
“No encontro com o secretário executivo do Ministério do Planejamento, ficou claro que querendo “jogar a bola’ para a próxima gestão. Estamos tentando resolver isso há dois anos. Por isso queremos uma solução imediata”, afirma.