Peritos cobram melhorias no trabalho

Médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de todo o Brasil realizaram ontem, no Dia Nacional de Protesto contra a Violência, uma série de ações por melhores condições de trabalho e segurança. Nos postos de atendimento do INSS de Curitiba, os médicos foram trabalhar vestidos de preto e com uma fita vermelha amarrada no braço.

Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social nos últimos sessenta dias, envolvendo 355 peritos ligados à 102 gerências executivas do INSS, revelou que a categoria é grande vítima de violência no ambiente de trabalho. Do total de médicos peritos consultados, 90% disseram já ter sido vítimas de agressões verbais, e um em cada cinco informou já ter sofrido algum tipo de agressão física. "As agressões geralmente acontecem quando os segurados do INSS não concordam com decisões médicas periciais, achando que os laudos que lhes foram fornecidos não são justos", disse o presidente da Associação Paranaense dos Médicos Peritos da Previdência Social e delegado da Associação Nacional, Chil Korper Zunsztern. "Muitas vezes, o benefício é negado a um usuário por falta de dados ou porque os dados existentes não condizem com a realidade. Quando isso acontece, algumas pessoas se exaltam e acabam desacatando os peritos".

A manifestação da categoria também tinha como objetivo ressaltar a violência percebida na comunidade como um todo. Durante todo o dia, os médicos peritos destacaram que é cada vez maior o número de pessoas que passam por perícias por terem sido vítimas de atropelamentos, outros acidentes de trânsito, assaltos e ferimentos envolvendo armas de fogo.

"Inicialmente, pretendíamos realizar uma greve para protestar contra todas estas situações. Porém, ontem (anteontem) representantes do Ministério da Previdência Social se reuniram com integrantes de nossa categoria em Brasília e disseram estar atentos aos problemas existentes. Como o governo se mostrou disposto a debater as questões, resolvemos abortar a paralisação", revelou Chil. Atualmente, em todo o Brasil, existem cerca de 4 mil médicos peritos. No Paraná, são cerca de duzentos profissionais, sendo quarenta só na capital. 

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