Perigoso escorpião amarelo ataca no Paraná

Sessenta e dois municípios paranaenses têm registros de presença do escorpião amarelo, uma espécie que oferece perigo para a população, principalmente nas faixas etárias entre 0 e 7 anos e depois dos 60 anos. Os escorpiões amarelos têm cerca de 7 centímetros e a picada causa uma dor intensa. O veneno pode causar choques e levar a pessoa à morte. A espécie não é nativa do Paraná e veio para o Estado por meio de mudanças e transporte de cargas. A população deve tomar cuidados para evitar acidentes.

O escorpião amarelo se desenvolve nas cidades mais quentes. A maioria dos registros do animal vem das regiões norte, noroeste e do Norte Pioneiro do Paraná. Mas há casos isolados em outras cidades, como Foz do Iguaçu e Cascavel. O acidente mais grave registrado recentemente aconteceu na cidade de Primeiro de Maio, no norte paranaense, há cerca de dois meses. Uma criança de cerca de três anos de idade foi picada em um dos dedos do pé e apresentou sintomas graves, como vômito intenso. Ela foi transferida para Maringá, tomou os medicamentos certos e saiu do hospital curada.

“Esta é uma espécie na qual só existe fêmea. Quando ela atinge a maturidade sexual, nascem entre 20 e 40 filhotinhos, de cerca de um centímetro. A prolifração existe tanto por não existir machos quanto pelo encontro de abrigo adequado e alimentação”, explica Gisélia Rubio, chefe da Divisão de Zoonoses e Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Lugares escuros

Os acidentes ocorrem porque o escorpião amarelo se esconde em lugares escuros. O animal pode ficar em calçados, roupas, na cama e em lugares externos onde haja proteção contra o frio, como buracos de tijolos. As picadas também acontecem durante atividades de corte de lenha, jardinagem e outros serviços em quintais. “É preciso deixar sempre os ambientes limpos. A principal fonte de alimentação do escorpião amarelo é a barata. É frequente encontrar o escorpião em caixas de gorduras ou fossas, justamente por estas características”, comenta Gisélia. Ela aconselha a população a usar luvas de raspa de couro em serviços externos e a sempre bater roupas e calçados antes de usá-los.

Caso haja alguma picada, o paciente deve ser encaminhado o quanto antes para uma unidade de saúde. Gisélia diz que, se for possível, o ideal é levar o escorpião junto, para que seja entregue à vigilância sanitária do município.

Prêmio

A Sesa ganhou um prêmio, em 2008, pelo trabalho de controle do escorpião amarelo na cidade de Bandeirantes, no norte pioneiro. “A situação lá ficou fora de controle e uma equipe foi até lá para realizar um trabalho de mapeamento, de casa em casa, recolhendo os animais encontrados. Havia muito acidente com o escorpião amarelo, mas as pessoas que não apresentavam sintomas graves não procuravam o serviço de saúde. Somente com a inspeção houve uma ideia real”, afirma Gisélia. Este trabalho permitiu que houvesse uma efetiva ação de prevenção de acidentes.

A mesma força tarefa será realizada na cidade de Paranacity, na região noroeste do Paraná, onde houve registro do aumento no número de animais. Segundo a secretária municipal de Saúde de Paranacity, Ana Maria Esteves Cavalheiro, em 2009 foram registrados oito casos na cidade e, em 2010, três. “O município tomou todas as providências cabíveis no foco dos escorpiões. Agora estamos esperando a contrapartida da regional para que as medidas cabíveis sejam tomadas”, afirma.

O treinamento dos agentes deve acontecer entre final de agosto e setembro deste ano. Também haverá treinamento de pessoal para atuar em toda a região.

O Paraná apresentou crescimento, de 30% no número de acidentes com animais peçonhentos (entre eles as espécies de escorpião). Foram 12.765 notificações de acidentes em 2009. Neste ano, já são 7.419, segundo a Sesa.

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