Pendências financeiras do governo do Paraná e da prefeitura de Curitiba ameaçam o funcionamento de diversos serviços públicos essenciais. A Cavo ameaçou suspender a coleta de lixo na capital a partir de hoje, em virtude da dívida acumulada de R$ 82 milhões, mas como a prefeitura marcou reunião para apresentar o cronograma de pagamentos nesta tarde, a empresa informou que o serviço não seria interrompido. Porém o Siemaco, sindicato que representa os trabalhadores, não descarta manifestação ou paralisação hoje. A decisão será tomada em assembleias nas unidades das ruas João Negrão, João Bettega e Dr. Faivre às 7h.
O presidente do Siemaco, Manassés Oliveira, explica que, mesmo com o atraso dos repasses do município à empresa, os salários e benefícios dos funcionários estão em dia. Porém alega que o acordo coletivo vem sendo descumprido. “A Cavo mandou 50 pessoas embora e não repôs. Saem dois trabalhadores em cada caminhão, o que gera revolta muito grande. Além disso, o pessoal da coleta e varrição não ganhou o uniforme de verão, prometido para dezembro”, cita. “Em função das irregularidades com os trabalhadores, pode ter manifestação ou até paralisação por tempo indeterminado”, avisa. Oliveira promete também notificar Cavo e prefeitura porque o Siemaco, que seria parte interessada, não foi chamado para a reunião de hoje à tarde.
Busão
Outro setor que vive na “corda bamba” ultimamente é o do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana. Com o fim do convênio entre Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), desde primeiro de janeiro usuários da Rede Integrada de Transporte (RIT) vivem risco de interrupção do serviço. A última ameaça de greve, marcada para o último dia 9, foi contida na última hora, com a prefeitura injetando R$ 3,8 milhões do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) para as empresas acertarem os salários.
Ontem, o Sindicato das Empresas de ânibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) divulgou que Urbs e Comec devem R$ 13 milhões para as operadoras da RIT e que o pagamento do adiantamento salarial (vale) hoje “depende da solução do impasse entre os poderes concedentes”. Como as empresas metropolitanas não recebem do poder público há 20 dias, a entidade pede urgência em uma solução.
Policiais e bombeiros sem diárias no litoral
Por Fellipe Anibal
Os policiais militares e bombeiros destacados ao litoral do Paraná para a Operação Verão estão desde 1.º de janeiro sem receber as diárias. Estipuladas em R$ 180 por servidor, elas são destinadas ao pagamento de alimentação e hospedagem. Segundo a Associação dos Praças do Estado do Paraná (Apra-PR) e a União dos Praças do Corpo de Bombeiros (UPCB-PR), mais de 300 policiais militares e mais de 500 bombeiros são afetados. O valor da dívida passaria de R$ 145 mil.
“A situação está bastante crítica. Polícias estão sendo ameaçados de despejo. Obviamente que todo este cenário afeta o trabalho do policial”, disse o presidente da Apra-PR, Orélio Fontana Neto.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que autorizou a Secretaria de Estado da Fazenda a pagar as diárias atrasadas.