Peixes foram vítimas de vírus no litoral

O Grupo Integrado de Aqüicultura e Estudos Ambientais (GIA), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) encontrou a causa da mortandade de peixes em Guaratuba, no litoral do Estado. Segundo o estudo, não foi poluição nem outro motivo senão uma doença provocada por vírus: Necrose Pancreática Infecciosa (IPN). A investigação vinha sendo feita desde agosto, quando grande quantidade dos animais apareceu morta na baía. O problema durou até setembro e, atingindo várias espécies, prejudicou a pesca na região.

Como o GIA divulgou esta semana, até se chegar a este resultado foi preciso muita pesquisa e análise. As simples investigações da água não apontaram nada significativo para a questão. O que o grupo fez, então, foi coletar os peixes mortos e, depois de análises macroscópicas e de histopatologia, chegaram à conclusão. O diagnóstico foi confirmado pelo laboratório da universidade canadense Prince Edward Island.

?Os peixes enfermos apresentam pontos hemorrágicos na região ventral e nas nadadeiras, olhos saltados e hemorrágicos, brânquias e fígado esbranquiçados. Microscopicamente, o pâncreas está ausente ou em avançado processo de necrose. Animais moribundos nadam em círculo, sem equilíbrio e morrem rapidamente?, afirma a pesquisa do GIA.

De acordo com o pesquisador Walter Boeger, esta é a primeira vez que a IPN – que é provocada pelo vírus IPNV – é registrada no Brasil. ?Hoje, no Paraná, esse já é um vírus estabelecido. Infelizmente é um problema que não tem controle. Existem condições que favorecem o aparecimento da patologia como a temperatura da água e a baixa imunidade do peixe, mas o que pode ser feito é apenas o acompanhamento para verificar se há e qual é a origem e se pode ser relacionada a alguma atividade humana?, afirma o professor da UFPR.

De acordo com Boeger, uma das importâncias de se identificar as causas é eliminar outras e ?acabar com os mitos acerca do problema?. Outro benefício é a possibilidade de solução mais pontual. ?Identificada a causa, podemos agora buscar soluções, mas não será fácil. Este foi o primeiro passo, temos muita pesquisa pela frente?, diz. Ele ainda alerta que ?é de se esperar novas mortandades?.

Segundo ele, o vírus é muito ?geral? e atinge diversas espécies, entre elas; de água salgada, como a salteira, o linguado, a tainha e o robalo. Boeger explica ainda que apesar de se tratar da doença, não existe nenhum motivo que impeça o consumo. No entanto, segundo ele, os prejuízos da doença são ambientais e econômicos.

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