Aos 64 anos, Seu Hipólito de Souza Goulart não consegue se lembrar de quando começou a pescar. No entanto, sabe que há mais de 40 anos sai com sua bicicleta após a pesca para vender seus de casa em casa. “Acordo cedinho, saio pra fazer meu trabalho e logo depois saio pra vender. É o que faço”, diz o pescador.
Seu Hipólito percorre as ruas de paralelepípedo de Antonina oferecendo os peixes aos clientes. Batendo de porta em porta, oferece cangatãs, badejos e robalos. Quando a pescaria é boa, vende também barbatanas de arraias. “Como toda a pescaria, tem dias bons e dias ruins, mas sempre trago alguma coisa do mar. Não pode voltar de mãos vazias, né?”, brinca.
| Gerson Klaina |
|---|
 |
A tanto tempo na atividade, o pescador já conta com uma clientela cativa. “Já sei as casas que são passagem obrigatória, que tipo de peixe cada cliente quer e assim vai”, conta. O empresário Sandro Luis Amorim mora em São Paulo, mas é nascido e criado em Antonina. Ele diz que sempre comprou de Seu Hipólito. “É uma figura conhecida da cidade. Hoje estou levando uma dúzia de cangatãs para fazer um belo de um ensopado quando chegar casa”, revela o cliente cativo.
“Nasci em Antonina e nunca saí daqui. Não tenho o que reclamar da vida. Tenho tudo o que preciso aqui e vou permanecer assim. Faço meu trabalho saindo de bicicleta e facilitando a vida dos meus clientes e sou feliz com isso”, afirma o pescador.