Depois da divulgação dos casos de difilobotríase os consumidores começaram a olhar para os peixes com certo receio. Algumas espécies quando consumidas cruas ou mal cozidas podem transmitir o parasita intestinal Diphyllobothrium. Além de causar uma série de incômodos como cólica abdominal e diarréia, em alguns casos podem se traduzir em anemias graves. No entanto, o fruto do mar não precisa ser banido do cardápio: basta ter alguns cuidados durante o preparo. No Paraná nenhum caso da doença foi registrado até agora.
Segundo o Ministério da Saúde, de março do ano passado até março deste ano apareceram 27 casos da doença em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um em Minas Gerais e outro no Distrito Federal. Embora a doença não seja considerada grave, ela causa um enorme desconforto. ?Entre os sintomas estão dor abdominal, diarréia e flatulência?, explica o Ronaldo Trevisan, chefe da divisão de vigilância sanitária de alimentos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No entanto, entre 2% e 4% das pessoas contaminadas desenvolvem um quadro de anemia severa. Se o paciente sentir os sintomas depois de ter consumido peixe cru, deve procurar um médico. O tratamento é simples e com apenas uma dose de medicamento consegue se livrar do problema.
Segundo o ministério, os peixes, principalmente o salmão, que causaram a doença, têm procedência chilena, como os que são servidos em alguns pontos de Curitiba. Mas até agora nenhum caso foi registrado no Paraná. Segundo a consultora em nutrição, Carmem Regina Cirrata, a população não deve banir o peixe de seu cardápio. Ele é rico em gordura ômega 3 e essencial para o bom funcionamento do organismo. Algumas vitaminas são absorvidas através dessa gordura e o sistema nervoso central também se beneficia da substância. Além disso, é uma importante fonte de proteínas. A recomendação é o consumo pelos menos duas vezes por mês.
Preparo
Porém,Carmem afirma que alguns cuidados são importantes na hora de se preparar o peixe. Se o peixe for bem frito, cozido ou assado, se elimina qualquer possibilidade de contaminação. Já as pessoas que não dispensam uma comida japonesa, devem verificar se o animal passou por um rigoroso processo de congelamento, que dá uma maior seguridade. O pescado deve ser congelado a pelo menos -20.ºC durante sete dias ou -35.ºC por no mínimo 15 horas.
Em Curitiba, a Vigilância Sanitária está percorrendo os bares e restaurantes recomendando o preparo correto do alimento. A vigilância estadual fez a mesma recomendação a outras vigilâncias municipais do Estado.