Em função da construção de uma trincheira no perímetro urbano da BR-277, ligando os bairros Vila Hauer e Capão da Imbuia, em Curitiba, parte das telas de proteção que dividiam o canteiro central da via precisaram ser retiradas. Com a ausência desse dispositivo, muitas pessoas estão optando por atravessar a rodovia, em vez de utilizar a passarela instalada no local. Os flagrantes das pessoas arriscando a vida em meio aos carros e máquinas que realizam as obras no trecho foram feitas pelas câmeras de segurança instaladas pela concessionária Ecovia, que administra a rodovia.
Para tentar sensibilizar os moradores que precisam cruzar a via de um lado para o outro a usarem a passarela, funcionários da concessionária fizeram ontem uma abordagem no quilômetro 82, bem em frente às obras. O coordenador de planejamento e eegurança viária da Ecovia, Rodrigo Rocha, comentou que pelo local passam cerca de 50 mil veículos por dia. A grande preocupação é que, com a chegada das férias escolares, o fluxo de pedestres no trecho deve aumentar. ?E se as pessoas continuarem se arriscando a passar pela estrada e não pela passarela, aumentam as chances de acidentes no local?, disse.
De acordo com estatísticas da empresa, no primeiro semestre de 2006 foram registrados no trecho urbano da BR-277 19 atropelamentos, com oito mortes nesse segmento da rodovia, mesmo havendo no local sete passarelas instaladas. Com a colocação das telas de proteção, a partir do segundo semestre de 2006, e a adaptação de mais três passagens subterrâneas para pedestres, não foram mais registradas mortes e atropelamentos na via. Segundo Rocha, em todo o trecho foram colocados 10 metros de telas. ?A medida que, de início, não foi muito bem recebida pelos moradores da região, se mostrou eficiente?, disse o coordenador.
A dona de casa Maria Rodrigues de Souza confirma que, antes mesmo da instalação das telas, já utilizava a passarela. ?Eu tive uma amiga e o filho que morreram atropelados nesse trecho da rodovia. Por isso não me arrisco?, falou. Também pensando na segurança, o vendedor José Rodrigues Ferreira confirma que só atravessa a via pela passarela. ?Eu passo uma média de três vezes por dia e tem horários que fica impossível atravessar a rodovia, além de não ser nada seguro. Então só pela passarela?, falou.