Com 40 votos a favor e 12 contrários, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou, na manhã desta quarta-feira, em segunda discussão (de mérito) projeto de lei que autoriza o Governo do Paraná a delegar a União rodovias estaduais para que possam ser licitadas pelo Ministério da Infraestrutura, em conjunto com as rodovias federais, no novo modelo de pedágio das Rodovias Integradas do Paraná. O texto recebeu 40 emendas que sequer foram votadas em plenário por terem sido rejeitadas, em bloco, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por “incompatibilidade temática e interferência no Poder Executivo”.

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A tramitação do projeto foi acelerada. Aprovado em primeira discussão na terça-feira, o projeto entrou em pauta, na segunda discussão, em sessão extraordinária no mesmo dia. Como recebeu emendas, foi retirado de pauta, voltando para a CCJ, que fez reunião extra ainda na terça-feira. Nesta reunião o líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD) relatou todas as emendas e apresentou um relatório único pela inconstitucionalidade de todas as emendas. Houve pedido de vista do deputado Tadeu Veneri (PT) e uma nova reunião da CCJ foi marcada para as 8h30 desta quarta-feira, quando o relatório de Bakri foi aprovado com os votos contrários de Veneri e Homero Marchese (Pros). Assim, o projeto já entrou na pauta desta quarta-feira, sendo aprovado em segunda discussão. Estavam convocadas, para esta quarta-feira, duas sessões extraordinárias para terceira discussão e redação final. Como nenhuma emenda foi aprovada, não forma necessárias novas votações. Foi aprovada a dispensa de redação final e o projeto segue para sanção do governador Carlos Massa Ratinho Junior.

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“O projeto fala somente das delegações. Hoje apresentei relatório pela rejeição das emendas. Fizemos esforço para acatar essas emendas, mas não era possível admitir a constitucionalidade, por mais que, no mérito, houvesse propostas importantes. Assumo o compromisso público, o governador me autorizou, de compor uma comissão da Assembleia para ter vez e voz na discussão dos convênios, que será a hora de discutir o que foi proposto nas emendas, e não agora, neste projeto que trata apenas da delegação”, justificou-se Bakri.

A votação acelerada e a rejeição de todas as 40 emendas por inconstitucionalidade, em bloco, foram duramente criticadas na sessão plenária. “A discussão mais importante de todo o nosso mandato foi feita em regime de urgência, com sessões extras e tudo atropelado para ser aprovada em apenas uma semana. Quarenta emendas derrubadas em bloco por impertinência temática? Desperdiçamos a oportunidade de condicionar a delegação às exigências da população do Paraná para um pedágio mais justo”, lamentou Mabel Canto (PSC). “Fiz uma emenda para ajudar o governo, colocando que, caso o contrato não seja cumprido, a União seja o fiador, que a União garanta que as obras sejam feitas. Foi negada por incompatibilidade temática. As rodovias precisam estar descritas na lei, é o princípio geral do direito, da técnica legislativa, e não estão, a gente propôs uma emenda para corrigir isso. E foi negada, por incompatibilidade temática, foi considerada inconstitucional. A inconstitucionalidade está na lei, mas a emenda que corrige isso é que foi derrubada na CCJ”, criticou Arilson Chiorato (PT), coordenador da Frente Parlamentar do Pedágio.

Após sancionada a lei, o Governo do Paraná está autorizado a delegar as rodovias estaduais à União, o que ocorrerá através de convênio firmado entre as partes. Após a assinatura do convênio, o Ministério da Infraestrutura poderá submeter as minutas dos editais de concessão, constando os trechos de rodovias estaduais, ao Tribunal de Contas da União (TCU). Após homologação do TCU, a Agência Nacional de Transportes Terrestres poderá lançar o edital dos leilões.

A reportagem completa você confere na coluna do jornalista Roger Pereira.

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