Desde a madrugada de ontem, o motorista que passa por qualquer uma das 27 praças de pedágio nas estradas paranaenses já está pagando a nova tarifa com o índice de reajuste de 9,74%, válido para cinco das seis concessionárias, e 18,74% para as praças da Ecocataratas, cujas tarifas foram reajustadas em mais 9% por conta de um degrau tarifário.
Os reajustes foram negados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), mas, uma a uma, as concessionárias foram obtendo, na Justiça Federal, liminares garantindo a aplicação dos índices de reajuste.
A Rodonorte só conseguiu sua liminar na noite de sexta-feira, mas conseguiu cumprir as exigências contratuais a tempo de aplicar a nova tarifa já à 0h de ontem.
Sob a concessão está o trecho das BRs 277 e 376, que ligam Curitiba ao norte e Norte Pioneiro do Estado. É pelo trecho administrado pela concessionária, por exemplo, que o motorista viaja da capital para as duas maiores cidades do interior: Londrina e Maringá.
Com as novas tarifas, a viagem para qualquer uma das cidades, custará, para um veículo de passeio, R$ 40,50, passando por cinco praças da Rodonorte e uma da Viapar.
Através da Agência Estadual de Notícias, o secretário para Assuntos Rodoviários, Rogério Tizzot voltou a afirmar que o governo negou o reajuste do pedágio e vem lutando na Justiça para tentar reduzir as tarifas no Paraná.
“Agora surgem afirmações que as tarifas subiram por causa do governo Requião. Não foi este governo que criou o pedágio e estabeleceu esse modelo concentrador de riquezas. Nós temos uma posição radicalmente contra essa situação criada pelo governo Lerner. Estamos na Justiça, tentando reverter os aumentos ou acabar com o sistema”, declarou, afirmando que o departamento jurídico do DER e a Procuradoria-Geral do Estado “trabalham diariamente” para reverter as liminares que, desde 2003, vêm garantindo o reajuste do pedágio.
Ações
A Agência destacou que há mais de 100 ações questionando o pedágio. “Cálculos do DER, baseados nos balanços das concessionárias, mostram que os resultados financeiros estão muito acima do estabelecido nos contratos. Todas as empresas já operam no azul e cinco das seis concessionárias iniciaram a distribuição de lucros antes da previsão contratual”, diz o texto.
“Em números corrigidos, são mais de R$ 7 bilhões que já foram arrecadados pelas seis concessionárias. Somente no ano passado, R$ 869 milhões entraram no caixa das empresas. É muito dinheiro para conservar apenas 2,5 mil quilômetros de vias”, concluiu o secretário.