Os agricultores e produtores de leite da Colônia Witmarsum, em Palmeira, a 50 quilômetros de Curitiba, não agüentam mais pagar o pedágio. Para ir a Ponta Grossa, eles precisam passar pelas praças. Essa situação acaba gerando prejuízos, já que as pessoas necessitam se deslocar para suas propriedades produtoras.

A Prefeitura de Palmeira começou a construir uma ponte para melhorar uma estrada alternativa. Há 15 dias, porém, as obras estão paralisadas. Isso porque existe o temor de que a concessionária Econorte, uma das que operam na região, se transfira para Ponta Grossa e leve com ela os R$ 120 mil que a cidade recebe em impostos todo mês. A assessoria de imprensa da Econorte informou que a situação pode ocorrer, caso o local se caracterizar como desvio de pedágio.

O engenheiro agrônomo da Cooperativa Mista Agropecuária Witmarsum, Gernold Schartner, explica que alguns agricultores usam apenas 700 metros da rodovia para chegar nas suas lavouras. Às vezes, precisam passar pelo lugar mais de uma vez ao dia. Eles usam o caminho em todas as fases da safra, para levar sementes, insumos agrícolas e colher a produção.

Gernold diz que há um cálculo que aponta que um proprietário que planta 94 hectares de milho e 210 hectares de soja desembolsa, durante os oito meses de safra, o equivalente ao pagamento de 817 eixos, com o custo de 3,50 cada, mais 510 tarifas de automóveis pequenos a R$ 4,40. No fim das contas, o prejuízo é de R$ 4.833,50. “Alguém que vem de Londrina e vai para Paranaguá paga o mesmo que a gente que anda poucos metros”, reclama Gernold. O valor do pedágio, contudo, não é pago integralmente para as concessionárias. Um acordo prevê que os sócios da cooperativa pagam apenas a metade. “Mesmo assim eles arcam com os custos da conta, já que a diferença fica na cooperativa”, afirma o agrônomo.

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