O calor, associado ao ar úmido dessa época do ano (justamente por causa da evaporação mais rápida das águas) geram situações climáticas bem características do verão: temporais fortes e rápidos, vendavais, enchetes, raios e até granizo. E de acordo com o meteorologista Reinaldo Olmar Kneib, do Simepar, a situação fica potencialmente mais severa quando uma massa de ar úmido encontra uma frente fria. Para evitar que algo mais grave aconteça, a Tribuna selecionou quais tipos de catástrofes naturais ocorrem mais comumente nesta época do ano e buscou dicas com o tenente-coronel Edemilson Barros, chefe da divisão da Coordenadoria da Defesa Civil do Paraná, de como evitá-las ou enfrentá-las.
Alagamentos
Aliocha Maurício |
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Quando o nível da água já ultrapassa a altura da roda do carro, é hora de abandonar o veículo. Nesta altura, ainda existe tempo de reagir e se salvar. Tente estacioná-lo em cima de uma calçada, bem próximo de algum muro, ou dentro de alguma garagem mais alta que a rua e saia do veículo. Caso perceba que o carro está querendo flutuar, suba no teto. E se não for possível salvar o carro, é preferível perder o automóvel do que a vida. Para esta mesma altura de água no carro, vale a orientação em casa: abandone a residência e vá para um lugar alto. Solte os animais, para que eles também possam buscar abrigo, e desligue a energia elétrica, para evitar curto-circuitos. Se a água subir muito, suba no telhado e aguarde resgate com calma. Nunca tente enfrentar a correnteza. Mas se isto for extremamente necessário, não ande sozinho. Ande em grupo, com as pessoas de mãos dadas.
Raios
Lineu Filho |
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O meteorologista Reinaldo Kneib explica que os raios são atraídos pelo objeto que estiver mais próximo dele, ou seja, o que estiver mais alto. Num campo aberto, nunca se abrigue da chuva debaixo de uma árvore, pois ela será o ponto mais próximo da nuvem e, consequentemente, de uma descarga elétrica. Proteja-se em locais fechados, como uma casa, um prédio, ou uma marquise larga, se estiver andando na rua. Até mesmo dentro de um carro você estará mais protegido que na rua. E caso você esteja com roupas no varal quando o temporal começar, deixe que as roupas se molhem, pois você pode ser o ponto mais alto do quintal e atrair os raios.
O mesmo vale para a praia, que também é um campo aberto e você se tornará o ponto mais alto em toda a areia. Também evite de ficar dentro do mar, já que a água conduz eletricidade e você pode ser eletrocutado.
Vendaval
Marco André Lima |
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Evite ficar na rua e abrigue-se numa construção sólida. Evite ficar embaixo de coberturas de postos de combustíveis ou barracões, já que são estruturas “leves”, que podem ser levadas pelo vento e atingir as pessoas que estão próximas ou embaixo. É melhor abandonar o carro e ficar dentro da loja de conveniência do que debaixo deste tipo de teto. Se sua casa fica próximo de grandes árvores, evite ficar no cômodo próximo daquela árvore ou procure ir para a casa de um vizinho antes que o temporal piore.
Crianças e Piscina
Divulgação |
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Durante as férias, os pais ficam mais relaxados e “desligam” por alguns momentos das crianças. A orientação é não desviar a atenção delas nem um minuto. São justamente nesses pequenos segundos ou minutos que os acidentes acontecem. Mesmo que os pais usem as pulseiras de identificação de crianças, distribuídas pela Polícia Militar nas praias, a orientação é não desgrudar o olho delas. Se elas se perderem, procure o posto de Guarda-Vidas mais próximo.
As piscinas devem ser cercadas (grades com pelo menos 1,50 metro de altura) e devem ser retirados todos os brinquedos da água e ao redor da piscina (incluindo aquelas bóias tipo “macarrão”), quando as crianças não estiverem brincando por lá. Os brinquedos atraem as crianças e elas podem ir correndo pegá-los, sob o risco de caírem na água. “Nada daquele: ‘fique aí na beiradinha que eu já volto‘, que os adultos dizem quando precisam se ausentar por alguns minutos. Leve a criança junto”, ressaltou o tenente-coronel Barros. Até os nove anos, elas devem ter um adulto junto. Para brincar com elas, prefira os coletes salva-vidas do que as bóias. Importante é também ensiná-las a flutuar (sem as bóias) a partir dos quatro anos de idade.
Congestão e álcool
Divulgação |
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Depois de uma refeição pesada, como por exemplo o almoço, aguarde duas horas de digestão, antes de entrar na água. Antes disto, há o risco da congestão. Ou seja, mediante o esforço que o corpo faz quando entramos na água, a tendência é que o alimento volte para fora. E na maioria dos casos de congestão, a pessoa morre asfixiada pelo próprio vômito, já que se debatendo dentro d‘água é mais difícil se livrar do retorno da comida. Também é totalmente desfavorável entrar na água alcoolizado. A pessoa perde os reflexos e não consegue reagir se for coberta por uma onda, ou escorregar para o fundo da piscina. Nas cavas, então, que possuem piso totalmente irregular, a chance de se salvar é zero.
Guarda-vidas
Os guarda-vidas trabalham nas praias das 8h às 20h. Apesar da orientação de nadar apenas em locais onde existam estes profissionais parecer óbvia, a maioria dos casos de afogamentos com óbitos acontecem onde não há guarda-vidas, ou após às 20h. 46,6% dos afogados acham que sabem nadar. As bandeiras sinalizadoras devem ser respeitadas. Atenção às bandeiras duplas vermelhas. Elas mostram local interditado (por incidência de raios, águas vivas, correnteza forte, buracos, etc.).
Cavas
Nadar em cavas é proibido em toda a grande Curitiba, porque são locais que possuem piso irregular, que mudam abruptamente de profundidade, com pedras, galhos, plantas, buracos e lodo, que prendem a perna da pessoa e torna impossível voltar à superfície. Sem contar a qualidade da água, imprópria para banho na maioria dos lugares. O inspetor Frederico, da Guarda Municipal de Curitiba, ainda alerta para o consumo de álcool. “A pessoa que bebe toma atitudes que não faria sóbria. Pular na água é a mais comum delas. Os outros vêem e se sentem estimulados a fazer o mesmo”, diz Frederico.