O PDT, através do advogado Valdir Stédile, denunciou ontem, durante sessão da CPI da Telefonia Fixa instalada na Câmara Municipal, a cobrança ilegal de quatro pares de ramais telefônicos por parte da Telepar Brasil Telecom. De acordo com o advogado, o partido vinha pagando pelo serviço desde dezembro de 94 até março de 2001 o equivalente a R$ 360,00 por mês. Segundo consta na ação protocolada pelo partido na 2.ª Vara Cível, os ramais estariam instalados em um antigo escritório da Telepar, na Rua Padre Agostinho, 228.
De acordo com o advogado, a acusação contra a operadora é por crime de estelionato e falsidade ideológica. “A Brasil Telecom falsificou notas fiscais”, apontou Stédile, acrescentando que a operadora não se manifestou quando o partido político descobriu a existência dos ramais. “O comportamento da Brasil Telecom é suspeito. Ela silenciou-se quando tomou conhecimento do caso”, afirmou.
O consultor de hotelaria e turismo da Lapa, Márcio Anis Mattar Assad, também relatou ter sido vítima de uma injustiça. Ele contou que há cerca de quatro meses, quando foi renovar o cadastro pessoal em um comércio, descobriu que estava com o nome no Serasa, por conta de inadimplência junto à Brasil Telecom. “Por ser controlado (financeiramente) e não comprar a prazo, tive uma surpresa terrível quando soube que meu nome estava incluso na lista do Serasa”, contou. O motivo: seu CPF teria sido utilizado por terceiro para comprar uma linha telefônica. A conta não foi paga e o nome do consultor foi parar no SPC. Assad criticou a falta de humanização no atendimento da operadora pelo 0800 e o fornecimento de ?informações evasivas.?
Brasil Telecom
O diretor institucional da Brasil Telecom no Paraná, Leôncio Vieira de Rezende Neto, lembrou que desde janeiro deste ano a operadora mantém procedimento diferente na aquisição da primeira linha telefônica. “Hoje o processo é mais burocratizado e seguro, para defender o cidadão de fraudes que podem ocorrer na aquisição da linha telefônica”, comentou, acrescentando que agora existe codificação na aquisição da linha.
Durante a sessão da CPI, o diretor da operadora solicitou que o consultor Márcio Anis Mattar Assad encaminhasse maiores informações sobre o que havia ocorrido. Além disso, lembrou que, conforme sugestão acatada pela Brasil Telecom, todo cliente que reclamar da cobrança indevida na fatura – inclusive aquisição de linha telefônica -terá seu nome retirado do Serasa. Em relação ao caso dos ramais telefônicos denunciados pelo advogado do PDT, o diretor afirmou que o caso será verificado.
Na próxima segunda-feira, a comissão volta a se reunir, mas em sessão fechada. A idéia, segundo o presidente da CPI da Telefonia, vereador Antonio Bueno (PSL), é finalizar o relatório no mês que vem. A CPI foi instalada em maio deste ano.