Pastoral da Criança é exemplo para países da América Latina

A metodologia utilizada pela Pastoral da Criança do Brasil deve servir de base para a criação de uma rede de solidariedade entre países da América Latina e Caribe, voltada ao combate da desnutrição e da mortalidade infantil.

Até o final do dia de hoje, representantes da Argentina, Colômbia, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela participam, em Curitiba, de um encontro com representantes da pastoral brasileira para discutir o assunto.

Criada em setembro de 1983, a Pastoral da Criança está presente em todo o Brasil e em outros dezesseis países. Segundo a fundadora Zilda Arns Neumann, a metodologia da instituição é de fé e vida, desenvolvendo uma série de ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania em favor da gestante e do desenvolvimento integral da criança.

?Para multiplicar o saber e a solidariedade, realizamos visitas mensais a famílias com crianças e gestantes; promovemos o dia do peso, através do qual realizamos a celebração da vida; e fazemos reuniões mensais para avaliar a situação das crianças dentro das comunidades. A pastoral transforma a realidade das comunidades carentes, com repercussão política e econômica. Fico feliz que suas metodologias estejam sendo levadas para outros países e venham a servir de base para a criação da rede de solidariedade?, afirma Zilda.

Atualmente, no Brasil, a Pastoral da Criança atende 1,822 milhão de crianças carentes e cerca de 100 mil gestantes. Participam como trabalhadoras voluntárias 262 mil pessoas. A mortalidade infantil, entre os atendidos pela Pastoral da Criança, ?é de quinze óbitos no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a mortalidade infantil no País em 2004 foi de 26,6 mortes no primeiro ano de vida para cada mil crianças nascidas vivas?.

Outros países

No Paraguai, a Pastoral da Criança vem fazendo a diferença ao recuperar crianças desnutridas e capacitar um número cada vez maior de pessoas voluntárias. ?Queremos expandir nossos trabalhos. Num projeto modelo envolvendo o acompanhamento de 13.700 crianças, nossa pastoral conseguiu reduzir a desnutrição em cerca de 40%. Porém, o Paraguai tem 35 mil crianças com menos de cinco anos afetadas pelo problema e 160 mil sob risco?, declara a coordenadora nacional da pastoral paraguaia, Elizabeth Burró.

Na Colômbia, a Pastoral da Criança, chamada Pastoral da Primeira Infância, faz a diferença não só ao combater a desnutrição e a mortalidade infantil, mas também ao diminuir os índices de violência entre as famílias, melhorar os registros civis de nascimento, aumentar os índices de vacinação e atuar de forma pacífica na resolução de conflitos familiares. ?Estamos em Curitiba para tentar unir esforços e fazer com que nossos resultados sejam mais imediatos?, diz a coordenadora nacional da pastoral colombiana, Cecília Rodrigues. 

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