Manifestantes no Centro de Curitiba. |
A Declaração Universal dos Direitos dos Animais – proclamada em assembléia das Organizações das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1978 – prevê que “a experimentação animal, que implica em sofrimento físico, é incompatível com os direitos dos animais, quer seja uma experiência médica, científica ou comercial”.
Entretanto, organizações não-governamentais (ONGs) de todo o País asseguram que nada do que está especificado na declaração acontece atualmente. Segundo essas instituições, gatos, cachorros, macacos, pombos e ratos, entre outras espécies, são utilizados em experiências em todo o mundo, podendo sofrer por dias e até meses.
De acordo com a ONG norte-americana The Humane Society of the United States, estimativas revelam que entre 70 milhões e 100 milhões de animais, empregados como cobaias, são mortos por ano. Desse total 30% seriam provocados por fabricantes de cosméticos.
Aproveitando as comemorações da Semana Mundial Contra o Uso de Animais para Testes e Experimentos, ONGs de Curitiba realizaram ontem à tarde, na Boca Maldita, em Curitiba, uma passeata para chamar a atenção da sociedade para o problema. Entre as entidades envolvidas, estavam o Movimento S.O.S Bicho de Proteção Animal, Pense Bicho, KIA, Casa da Ponte e Casa das Pulgas. As ONGs distribuíram panfletos informativos à população, divulgaram fotos de animais utilizados em vivissecção (experiências em laboratório) e utilizaram faixas e cartazes mostrando a gravidade do problema.
Para a presidente da SOS Bicho, Suzie Pontarolli, o problema é mais grave do que se imagina. Ela afirma que animais estão sendo usados como cobaias em testes de fábricas de cosméticos. “Isso é inaceitável. Em alguns casos, como o método Draize, os testes para cosméticos causam dor, cegueira e até morte dos animais. Algo tem que ser feito para coibir totalmente esse tipo de experiência”, relata.
No teste Draize, que procura verificar a tolerância do globo ocular ao produto cosmético, pinga-se um componente químico nos olhos de um animal imobilizado, até que ele fique cego. Outro teste ressaltado pela ONG é o LD50. Nesse caso, as substâncias testadas vão diretamente para o estômago do animal. “Sabemos que é uma iniciativa pequena, mas estamos fazendo a nossa parte. Em todo o mundo, ONGs estão buscando reduzir o número de experiências com animais em laboratórios”, completa Suzie.