Reunido na manhã de ontem, um grande grupo de deficientes auditivos realizou uma manifestação na Praça Santos Andrade, em Curitiba. Com faixas e cartazes, eles saíram em caminhada até o Centro Cívico, cobrando maior conhecimento e divulgação da língua de sinais.
Durante o ato, os participantes pediram principalmente que fosse cumprido o direito à comunicação e ao ensino das libras nas escolas convencionais. As libras foram reconhecidas como a linguagem oficial dos surdos no Brasil em 2002, pela Lei 10463, e em 2005, pelo Decreto Federal 5626.
“Apesar do reconhecimento da linguagem dos sinais, nas escolas brasileiras ainda faltam intérpretes e professores que tenham conhecimento de libras. A grande maioria dos docentes não recebe formação nessa linguagem e está despreparada para dar aulas para surdos”, disse a presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Elizanete Favaro.
A presidente do Sindicato da Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, também lamentou a situação. Segundo ela, a falta de formação faz com que os professores encontrem uma série de dificuldades quando recebem em suas turmas alunos com deficiência auditiva. “Temos pouquíssimos profissionais formados em libras. Com isso, a educação de qualidade deixa de ser garantida a todos”, afirmou.
Os participantes da manifestação também pediam que o Português fosse ensinado como uma segunda língua aos surdos e que, nas escolas, eles sejam avaliados em libras; que as libras sejam ensinadas em todos os colégios que tenham alunos surdos; a inclusão da disciplina de libras nos cursos de formação de professores das universidades públicas e privadas; e a realização de concursos públicos em libras, para que os deficientes auditivos tenham mais chances de ocupar os cargos oferecidos. A necessidade da presença de profissionais capacitados para comunicação com surdos nos serviços públicos também foi lembrada.