O aumento da tarifa de ônibus em Curitiba selou o acordo entre Urbs (empresa que gerencia o sistema de transporte na Grande Curitiba), Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores) e empresas que operam o sistema. Cobradores e motoristas conseguiram o aumento para a categoria e as empresas repassaram as despesas com o reajuste do diesel. Sobrou para a população, que tem de desembolsar R$ 0,20 a mais por viagem. Com a atual tarifa de R$ 1,70, o curitibano que trabalha de segunda-feira a sexta-feira e pega dois ônibus diariamente gasta R$ 68 por mês – 34% do valor do salário mínimo – só com o transporte.
“Vejo tudo aumentar, menos o meu salário”, reclama o fotógrafo Marcos Santos, que vai trabalhar de ônibus quando deixa o carro na garagem. “É uma encruzilhada: o preço da gasolina também está um absurdo.” A situação ficou ainda mais complicada para quem não tem carro e depende exclusivamente do ônibus. É o caso de Aline Gonçalves, funcionária de um escritório de advocacia. “Pego o vale-transporte certinho para o trabalho, mas tenho de desembolsar R$ 1,70 para ir para outros lugares”, explica.
Para a dona de casa Marisa Begaton, o custo do transporte está pesando muito no orçamento. “Quando meus filhos começarem a ir para a escola e precisarem de ônibus, vai complicar ainda mais.”
A Prefeitura de Curitiba alegou que o aumento de 13,33% nas 285 linhas integradas era necessário para garantir o reajuste de 16,36% de motoristas e cobradores. O aumento das passagens nas linhas que ligam a capital a outros municípios da Região Metropolitana ainda depende de autorização do secretário de Estado de Assuntos Metropolitanos, Edson Strapasson. Atualmente, apenas Fazenda Rio Grande e Araucária já elevaram as tarifas, já que não fazem parte do sistema de transporte integrado.