Passageiros já estão pagando R$ 1,80

Desde ontem está valendo o novo preço da tarifa de ônibus na capital. Este início de semana é tempo de avaliar o impacto da passagem a R$ 1,80. Além de usuários e cobradores, quem faz essa avaliação é o Fórum Popular do Transporte Público, formado por representantes de instituições que ficaram de fora da Comissão de Estudos da Tarifa, criada pela atual gestão, entre elas o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-econômicas (Dieese) e representantes de sindicatos e movimentos populares. Essa discussão será feita hoje, às 14h30, mas o Dieese adianta alguns pontos a serem avaliados.

"É um primeiro passo importante, mas não traz as pessoas de volta ao transporte coletivo. Se houvesse um esforço maior a redução poderia ser maior ainda", afirma o economista Sandro Silva, do Dieese. Ele afirma que isso seria possível através de um maior controle e atualização permanente sobre os itens da planilha de cálculo da tarifa.

Outro questionamento do departamento é sobre a entrada de recurso público. "Todas as despesas do transporte público são pagas com o dinheiro do usuário, até a taxa de administração da Urbs. A discussão é que pelo menos a Prefeitura banque a manutenção do órgão", questiona o economista.

Ele explica que a redução de R$ 0,10 foi possível porque a Prefeitura passou a arcar com o transporte de deficientes, cerca de R$ 600 mil mensais, e também porque o Imposto sobre Serviço (ISS) recolhido pelo transporte público passa a ser revertido para a Urbs. "Acredita-se que uma parcela dessa redução será conseguida pelo aumento do número de pagantes, mas R$ 1,80 é um valor alto", afirma o representante do Dieese.

Na prática

Nas ruas, a opinião sobre a tarifa a R$ 1,80 é bastante diversificada, assim como as reclamações, que não deixaram de existir. O cobrador Leandro Zanao, 19 anos, conta que os usuários do cartão foram dos que reclamaram. "Três passageiros que utilizaram cartão exigiram troco de dez centavos, mas não tem como", afirma.

Já o cobrador Isnard de Mello Cerqueira, 50 anos, reclama de outra situação do novo preço. "Para o cobrador está um sufoco. Agora, para não ficar sem troco, eu tenho que trazer R$ 15. Mas já pensou juntar 150 moedas de R$ 0,10 e quantos cobradores terão o mesmo problema?"

As opiniões dos usuários também variam. "É boa, guardo os dez centavos para o pão", afirma Tereza Camargo, funcionária do Tribunal de Contas. Mas há quem ainda está desconfiado. "No momento acho boa, mas será que não tem nada por trás disso? Às vezes abaixa agora para subir mais tarde", questiona o latoeiro Luiz Antônio Pinto.

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