Representantes de sindicatos e federações dos bancários de doze estados brasileiros se reuniram ontem, em Curitiba, para discutir a segurança da categoria. A principal preocupação é com o crescente número de ocorrências envolvendo seqüestro de funcionários. Também foi debatido o grande número de assaltos a agências que não possuem dispositivos de segurança, como portas giratórias com detector de metal.
Os bancários realizaram um ao público, no centro de Curitiba, para chamar a atenção da população sobre a importância dos equipamentos de segurança nas agências. “As pessoas precisam se conscientizar que aquele pequeno transtorno de ser barrado na porta giratória por estar portando alguma chave, celular ou sombrinha, é para a sua segurança”, disse o presidente da Federação dos Bancários da Central Única dos Trabalhadores, Adilson Stuzata. Segundo ele, a própria população precisa cobrar dos bancos a instalação desses equipamentos. Ele adiantou que as entidades vão promover nos próximos meses uma campanha nacional enfocando esse assunto, que terá como lema, “pague para entrar e reze para sair vivo”.
Dados do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana indicam que das 372 agências bancárias instaladas na capital e região, 53 não têm portas giratórias de segurança. De acordo com Adilson Stuzata, Curitiba foi escolhida para sediar a reunião porque no final do mês de janeiro uma cliente foi vítima dentro de uma agência. A diarista Ana Cristina dos Santos, de 25 anos, morreu – e outras três pessoas ficaram feridas – durante assalto na agência do Bradesco, do bairro Juvevê. Stuzata ressalta que os bancos Bradesco e Unibanco são os que mais resistem em instalar equipamentos de segurança.
Seqüestro
Embora não tenha dados estatísticos, a federação garante que vem crescendo o número de funcionários vítimas de seqüestros, inclusive com o envolvimento de familiares. Adilson Stuzata comentou que um colega foi rendido dentro de casa e obrigado a ir até a agência sacar o dinheiro. Enquanto isso, seu filho ficou amarrado com explosivos pelo corpo.
O presidente da federação comenta ainda que, além de passar por esse trauma, muitos funcionários acabam sendo desligados da empresa depois do episódio. A reunião de ontem, diz Stuzata, serviu para traçar um panorama da situação dos trabalhadores no País, e uma série de propostas serão encaminhadas para as empresas, para tentar diminuir a insegurança desses trabalhadores e clientes.