Contra demissões

Parte de trabalhadores do HC faz paralisação de 24 horas

Parte dos funcionários do Hopsital de Clínicas (HC) ligados à Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) iniciaram, na manhã de ontem, uma paralisação de 24 horas. Eles estão revoltados com a decisão que determina a demissão de 916 funcionários do Hospital de Clínicas.

Durante todo o dia, os ambulatórios do hospital atenderam com demora. Segundo o HC, a administração reorganizou os funcionários para tentar reduzir o tempo de espera. O hospital destaca que nenhum procedimento ou consulta foi cancelado. A paralisação foi iniciada às 7h de ontem e deve se estender até as 7h de hoje.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3.º Grau Público de Curitiba e Região (Sinditest), mais de 400 servidores aderiram à paralisação temporária. “Ambulatórios e a central de agendamentos foram fechados. Cerca de 200 agendamentos de consultas e procedimentos devem deixar de ser feitos”, disse o diretor do sindicato, José Carlos de Assis.

Os contratados via Funpar fazem o protesto porque são contrários à decisão da Justiça do Trabalho, que determinou a demissão de 916 deles do HC. A medida foi ordenada pelo juiz Sandro Augusto de Souza e divulgada no último dia 19 de março. O magistrado concedeu um prazo de 90 dias para a demissão desses trabalhadores e que sejam “substituídos por servidores devidamente concursados”.

Em caso de descumprimento da decisão, o HC e a UFPR, mantenedora do hospital, estarão sujeitos a uma multa diária que varia de R$ 5 mil a R$ 150 mil. Em entrevista coletiva concedida no dia seguinte à decisão, o reitor da universidade Zaki Akel Sobrinho garantiu que naquele momento não demitiria os funcionários. Ele defendia que, se precisasse desligar os colaboradores, há risco de o HC ter que fechar as portas.

Em nota, a UFPR alertou pacientes do hospital sobre possíveis dificuldades ou retardo no atendimento por conta da paralisação de 24 horas. A nota ressalta o descumprimento de acordo firmado perante o juiz do trabalho, no dia 4 de abril. A reitoria da UFPR e a direção do HC afirmam ainda estarem aguardando que o acordo na Justiça seja cumprido, sem maiores prejuízos.

Reunião

Amanhã, uma reunião entre o Sinditest, Funpar e UFPR deve definir o futuro dos 916 servidores. Segundo o sindicato, as partes vão tentar entrar em um acordo para evitar a demissão dos funcionários. Além disso, os servidores reivindicam a inclusão de uma cláusula de instabilidade, que impeça que eles sejam demitidos até a aposentadoria. “A maioria trabalha no HC há mais de 40 anos. Em sete anos, todos serão aposentados. Se forem demitidos agora, dificilmente entrarão um novo emprego”, disse Assis.

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