Após dois anos fechado, o Parque Histórico do Mate foi reaberto ao público na tarde de ontem. Unidade do Museu Paranaense, da Secretaria de Estado da Cultura (Seec) e localizado no quilômetro 17 da BR-277, em Campo Largo, o local foi totalmente restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O telhado foi trocado, as paredes de pau-a-pique ganharam maior estabilidade estrutural e o painel de pedra junto a roda d?água foi reformado.
Segundo a diretora do Parque, Elaine Andréa Moro Costa, o objetivo da revitalização é que o povo do Paraná tenha um local para relembrar sua história. Durante a cerimônia de abertura, a secretária de Estado da Cultura, Vera Maria Haj Mussi, lembrou que o ciclo da erva-mate foi importante no desenvolvimento econômico do Estado. Hoje o mate faz parte da nossa cultura e sem dúvida alguma ele é o sabor do Paraná, afirmou.
Para o prefeito de Campo Largo, Edson Darlei Basso (PSB), esse novo momento do Parque do Mate é importante para a cidade, pois reanima o turismo da região, além do valor histórico e cultural.
Após os discursos, público e convidados se juntaram para desfrutar do café tropeiro, pinhão na brasa, ripa de costela com fogo no chão, produtos à base do mate e um conjunto musical que tocou chorinho durante todo o encontro.
Segundo o superintendente do Iphan, José La Pastina, a importância do engenho é pelo fato de ter sido o único em todo o Brasil, além da importância do ciclo da erva-mate para o crescimento do Estado. ?Para mim é como se fosse o renascimento de um filho. Há 31 anos escolhi este engenho para defender minha tese. De lá para cá minha ligação ficou cada vez mais estreita?, comentou emocionado. Para a jornalista Sueli Gleich, o parque é uma nova opção de lazer para os curitibanos.
A importância do mate teve início em 1820, quando o comerciante portenho Francisco de Alzagaray se estabeleceu em Paranaguá e construiu um engenho de beneficiamento de erva-mate para abastecer o mercado argentino. Nessa época, a erva não era processada em Curitiba. Esse hábito era das comunidades indígenas. A erva-mate era produzida no planalto e beneficiada no litoral. O trajeto era feito pela Estrada da Graciosa em mulas que carregavam o produto a cavalo, em cestos de taquara.
Processamento
Depois de colhidas, as folhas de erva-mate passavam por uma sapecada (passadas pela fogueira rapidamente). Já no engenho, iam para o ?barbaquá? (conjunto artesanal em madeira destinado a secar e triturar a erva sapecada). O ?barbaquá? era construído na boca de um túnel ligado a uma fogueira. Apenas com o calor produzido, a erva era seca e em seguida passava para uma cancha onde era novamente triturada e reduzida a pó para o consumo.
Mesmo hoje em dia, a erva-mate tem importância na economia do Paraná, como fonte de renda complementar. No entanto, os engenhos atuais possuem tecnologia a diesel e são feitos de metal.