O Parque Estadual de Campinhos, entre as cidades de Cerro Azul e Tunas do Paraná, está passando por um plano de manejo para disciplinar o uso da área, priorizando e garantindo a preservação ambiental. O local reúne três grutas de formação calcária, denominada Conjunto dos Jesuítas. O parque foi criado por meio de um decreto estadual em 1960 e possui 204 hectares de área.
De acordo com o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, o manejo sempre leva à restrição do uso do parque, o que nem sempre é bem aceito pela comunidade local e pelos visitantes fiéis: “As visitas precisam ser agendadas e também tiramos as churrasqueiras do local. Por isso, estamos discutindo com a comunidade para adquirir uma área próxima do parque, que atenda às necessidades de lazer”.
O plano, além da preservação, também considera a segurança do visitante. Uma das grutas, a do Abismo das Fadas, foi interditada para não causar acidentes aos menos avisados, já que ela possui um caminho de 40 metros que acaba em uma queda de 60 metros. Além disso, o caminho principal da Gruta dos Jesuítas (a maior do parque) também foi alterado, limitando-se apenas a uma possibilidade de caminhar pela gruta. Anteriormente, havia várias ramificações dentro da estrutura. Por meio do projeto, já foram realizados cursos de monitoramento, de educação ambiental e na organização de atendimento ao público. “Ainda estão em processo de implantação a criação do conselho consultivo, que terá reuniões periódicas com a participação da comunidade, e a adequação das trilhas do parque”, conta Rodrigues. De acordo com ele, o plano de manejo é um processo contínuo dentro do parque. A intenção também é materializar a educação ambiental a partir do momento que o visitante conhece o lugar, e que haja interação entre visitante e atração.
O Parque Estadual de Campinhos foi o primeiro criado no Brasil para proteger o patrimônio espeleológico. O Conjunto dos Jesuítas compreende quatro cavernas: Gruta das Fadas, Portal Encantado, Abismo das Fadas e Gruta dos Jesuítas. Elas possuem uma rica formação calcária, como estalagtites, estalagmites, colunas e cortinas, que surgiram com o movimento das águas no interior da caverna. O parque ainda abriga diversas espécies de flora (imbuia, pinheiro-do-paraná, erva-mate, cedro, carvalho brasileiro) e fauna (cachorro-do-mato, veado, serelepe, gralha-azul, jacu, paca, gato-do-mato). Para chegar até lá, deve-se pegar a BR-476, a Estrada da Ribeira, que sai de Curitiba pelo Trevo do Atuba. A distância é de 65 quilômetros. (JC)
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O parque está aberto para visitação de quarta a domingo. Mais informações e agendamento de visitas no telefone (41) 213-3407.