O antigo Parque Castelo Branco, na região de Pinhais, está sendo transformado em um centro de conhecimento, arte, cultura e lazer. O Parque da Ciência, apresentado ontem pelo governador Jaime Lerner, terá parte da sua estrutura inaugurada dia 8 de dezembro. O projeto vai absorver recursos na ordem de R$ 12 milhões, provenientes do Fundo Estadual do Meio Ambiente, Fundo de Desenvolvimento Urbano, Fundo de Incentivo às Atividades Culturais (Lei Rouanet) e de instituições governamentais.
A idéia é atrair para o local cerca de quinhentos mil visitantes por ano, entre estudantes e comunidade em geral. A criação do parque, explicou o governador, surgiu da necessidade de aproveitar o espaço – de 81 hectares às margens do Rio Iraí pertencente a Emater -, que desde 1999 foi impedida de ser utilizada para a realização de feiras agropecuárias por ser uma área de manancial. O projeto contará com 40 mil metros de área construída, sendo todo elaborado por um comitê científico, que teve a participação de professores das universidades Federal do Paraná e estaduais de Londrina, Ponta Grossa e Maringá.
De acordo com o governador, deverá ter o mesmo impacto que o Novo Museu, inaugurado na semana passada. “O parque não será uma franquia, sendo um projeto dos mais ousados e interessantes que a maioria dos parques semelhantes do mundo”, disse Lerner, apelidando o local de “La Vittelle Cabloco”, referindo-se ao museu de ciência de Paris, o mais conhecido do gênero.
Espaços
O Parque da Ciência está dividido em cinco centros: Exploratório, Mundo do Campo, Circo da Ciência, Centro de Referência e Documentação e Palco do Paraná – mas somente os três primeiros estarão prontos até a inauguração. Cada um desses espaços irá tratar de temas específicos, onde a aprendizagem acontecerá de forma lúdica e os visitantes poderão vivenciar experiências. Haverá ainda áreas de lazer, com quadras poliesportivas, 3,2 mil metros de ciclovias, locais de descanso – com bancos e churrasqueiras -, parque infantil, praça de artes, palco aberto para apresentações artísticas e centro eqüestre. Junto ao Parque da Ciência, estará o Parque da Nascente do Iguaçu, outra área de lazer que já tem projeto para ser executado.
Perto de dois mil operários estão trabalhando na obra, e alguns espaços já começam a tomar forma. Entre objetos interessantes estão esculturas de filósofos e pensadores, feitas por artistas paranaenses, para demonstrar que a ciência se faz com homens. O artista Paulo Leminski também ganhou destaque no parque, tendo sua estátua em tamanho natural, que está representada dentro dos ícones urbanos do parque. A cultura dos índios guaranis também está representada. No planetário é possível observar a constelação interpretada pelas tribos.
Segundo o governador, o novo parque deverá trazer um incremento de 20% no turismo da região. Nele serão gerados perto de 250 empregos diretos e mais de dois mil indiretos, servindo de campo de estágio para estudantes das universidades do Estado. Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ramiro Wahrhaftig, o parque será gerido por um fundo de uma fundação de apoio da Universidade do Estado do Paraná – que integra as seis faculdades isoladas do Paraná -, bem como, dos parceiros do projeto, que são a Sanepar, Copel e Petrobras. “Ele será auto-sustentável, à medida que outros parceiros irão se integrando ao projeto”, disse o secretário.
Cinco centros de atividades
Rosângela Oliveira
Exploratório
– O espaço de 12 mil metros quadrados desenvolve um circuito museográfico interativo sobre a água, energia, cidade, terra e mar, utilizando os acervos de instituições paranaenses.Mundo do campo
– É neste espaço de 8 hectares que serão mostrados na prática o cultivo de frutas, grãos, plantas ornamentais e medicinais e a criação de animais. Serão mostrados também exemplos da agricultura orgânica e a conservação do meio ambiente.Centro de referência e documentação
– No centro, com 6.480 metros quadrados, vão ficar livros, mapas e um acervo documental referente às diversas instituições que desenvolvem a ciência e a tecnologia no Paraná. O espaço será associado a uma biblioteca sobre ciência e textos científicos.Circo da ciência
– No circo será mostrada a relação entre as ciências físicas, químicas, matemáticas e biodinâmicas. A demonstração dos experimentos são feitos através de espetáculos circenses. O espaço também vai abrigar uma escola de circo.Palco do Paraná
– É um espaço de 8 mil metros quadrados que terá uma grande maquete do Estado, em alto relevo, que mostra em detalhes toda a hidrografia, as cidades, o relevo e a ocupação do solo paranaense. O palco também será usado para apresentação de peças teatrais que mostram as relações entre a estrutura física do Paraná e a trajetória da sua ocupação.