Programa

Parceria na luta contra as drogas em Curitiba

A prefeitura de Curitiba vai investir cerca de R$ 3 milhões na criação da Rede de Comunidades Terapêuticas, que deve entrar em operação a partir do próximo ano.

O programa, que envolve as secretarias Antidrogas e de Saúde e a Fundação da Ação Social (FAS) de Curitiba, deverá viabilizar o tratamento de aproximadamente mil dependentes químicos. A informação é do secretário municipal Antidrogas de Curitiba, Fernando Francischini.

Além de apoiar a estrutura e conceder suporte técnico às clínicas de recuperação e casas de apoio a dependentes químicos, o projeto, que foi apresentado em setembro, visa subsidiar o tratamento para crianças e adolescentes e moradores de rua.

“É um projeto inédito no País. A prefeitura vai licitar e pagar as vagas em chácaras de recuperação para aqueles dependentes do crack, que foram abandonados pela família e não têm para onde ir”, afirma Francischini.

De acordo com o secretário, ainda durante o tratamento, os jovens serão colocados em programas de reinserção social e geração de renda da própria prefeitura. “Eles poderão participar de cursos de capacitação profissional dentre os 60 do Liceu de Ofícios de Curitiba”, diz.

Francischini explica que o projeto vai funcionar em parcerias com as comunidades religiosas, que já participam dos encontros de prevenção às drogas e à violência e integram a Rede de Colaboração da Secretaria Antidrogas.

Segundo o secretário, a Rede de Comunidades Terapêuticas é a segunda parte do trabalho que já vinha sendo feito com instituições religiosas. “Estávamos com os projetos de capacitação de informações de multiplicadores e o trabalho de reinserção social em conjunto com a FAS bem estruturados. Faltava um investimento na recuperação da dependência química”, afirma.

O secretário ressalta que os projetos que vêm sendo desenvolvidos pela Secretaria Municipal Antidrogas procuram reduzir a criminalidade, sem que para isso seja aplicado o trabalho policial de repressão.

Segundo Francischini, desde o início de 2008, cerca de 4 mil pessoas, entre lideranças religiosas e empresariais, já foram capacitadas durante os encontros de prevenção às drogas e à violência, não apenas em Curitiba, mas também em outros municípios da região metropolitana.

Os encontros visam capacitar as lideranças para o enfrentamento da dependência química. “As igrejas são os lugares que as famílias mais procuram na hora do desespero. A ideia é capacitar as lideranças para que pudessem lidar com a forma técnica e com a forma religiosa”, diz.

O secretário ressalta que os encontros já apresentam resultados efetivos, com uma melhora significativa dos atendimentos da secretaria. Segundo ele, já é possível notar que as solicitações das igrejas se destinam aos locais corretos.

“Houve uma melhora substancial na recuperação de dependentes químicos. Isso porque o pastor, além de fazer a oração, também sabe para onde encaminhar o dependente”, afirma.

Mais de 400 denúncias foram encaminhadas pela Rede de Colaboração Curitibana e Metropolitana aos órgãos de segurança e ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). Dentre as denúncias, Francischini ressalta algumas que tiveram repercussão.

“A denúncia de uma clínica de aborto, cujo responsável foi preso há algumas semanas partiu desse sistema, assim como a apreensão feita pela Polícia Federal de 50 mil comprimidos de medicamentos controlados que haviam sidos desviados em Curitiba”, relata Francischini.

Bola Cheia

Outro pr,ograma de caráter preventivo aplicado pela Secretaria Municipal Antidrogas de Curitiba é o Bola Cheia, que propicia atividades de esporte, cultura e lazer durante as madrugadas das sextas-feiras e sábados nas escolas municipais.

Segundo Francischini, o objetivo é levar jovens que poderiam estar nas ruas, fazendo uso de drogas ou em risco social, para atividades saudáveis. Segundo ele, a média de ocorrências de perturbação registrada por final de semana pela Guarda Municipal caiu de 15 para cinco, após a implementação do projeto.

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