Há duas semanas o município de Paranaguá implantou na cidade o projeto de coleta seletiva de material reciclável. A medida, além de beneficiar o meio ambiente, também deve contribuir para retirar as cerca de 100 pessoas que trabalham no lixão do Embocuí. Elas passam o dia todo no local, disputando o espaço com urubus, a fim de garantir a sobrevivência. O projeto foi apresentado ontem, durante uma audiência pública promovida pelo Ministério Público (MP) na cidade.
Segundo o procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente do Paraná, Saint-Clair Honorato dos Santos, desde 2005 o MP vem discutindo o problema com a Prefeitura e até agora nenhuma medida havia sido tomada. ?Não é possível tolerar que as pessoas trabalhem em condições subumanas no lixão?, comenta.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Paulo Nascimento Júnior, disse que cerca de 20 famílias já estão sendo beneficiadas pela coleta seletiva. A Associação de Catadores de Material Reciclável da Vila Santa Maria – bairro criado pelos catadores que vivem ao lado do lixão – reunia oito famílias e agora passou para 20.
Todos os dias pela manhã, um caminhão da Prefeitura percorre as ruas centrais da cidade e as principais de alguns bairros para recolher o material reciclável. Até agora, a associação já recebeu 5,1 mil quilos de lixo. ?Com o tempo e a conscientização da população para separar o material, vamos ampliar o número de pessoas atendidas?, disse Paulo.
Para o secretário, este ano a cidade está entrando em uma era ecologicamente correta. Ele diz que em um ano o aterro sanitário da cidade vai ficar pronto e o lixão será fechado.