O Centro Histórico de Paranaguá vai ganhar nova estrutura a partir de outubro. Está em construção o Aquário Marinho, o único na região Sul e um dos maiores do Brasil. O local vai receber espécies do litoral paranaense, além de animais exóticos.
Na área central do Aquário será recriado o mangue, que receberá luz natural. Os visitantes ainda poderão tocar nos animais em dois tanques. Haverá também biblioteca, áreas para pesquisa e educação ambiental. Três maquetes foram colocadas para observação nas praias de Caiobá, Pontal do Sul e Guaratuba.
As obras são financiadas pela Cattalini Terminais Marítimos, como medida compensatória do acidente envolvendo o navio chileno Vicuña, em 2004. A embarcação estava carregada com mais de 11 mil toneladas de metanol.
O navio explodiu no momento do descarregamento no terminal. Quatro mil toneladas de combustível queimaram, evaporaram ou se diluíram na água. Houve o vazamento de 291 mil litros de óleo diesel e óleo lubrificante, que contaminaram a Baía de Paranaguá, as ilhas da Cotinga e do Mel. Isso causou a proibição da pesca e trouxe prejuízos para atividades turísticas.
Compromisso
A empresa foi considerada inocente e poderia discutir por anos o pagamento de multa na Justiça. No entanto, optou por logo resolver a situação. Segundo Cláudio Fernando Daudt, diretor-superintendente da Cattalini, o Aquário Marinho vai trazer benefícios à cidade.
“Firmamos este compromisso com o Estado, a prefeitura de Paranaguá e a comunidade. Cada contrato, cada trabalho, vem com muito esforço e dedicação”, comenta.
Bichos não serão capturados
Projetos mostram propostas para a área. |
O recurso, estimado em R$ 5 milhões, poderia ir para o Fundo Estadual do Meio Ambiente. Mas houve essa escolha para que o dinheiro fosse aplicado diretamente em Paranaguá.
O Aquário Marinho terá área construída de 2,4 mil metros quadrados, três pavimentos e 22 tanques. O prédio será em forma do corpo de baleia. Para a composição do projeto, ocorreu a visitação em outros aquários no Brasil, como os de Santos e de Guarujá (litoral de São Paulo), e no exterior.
”Já está definida a ocupação de cada tanque. Serão dois tanques que vão propiciar o toque. Esperamos 300 mil visitantes por ano. Será o local de encontro de visitação, da parte científica e da consciência ambiental”, explica o secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues.
A maior parte dos animais que será exposta virá de instituições de pesquisa, centros de recuperação e outros aquários. Alguns ainda serão comprados em cativeiros.
O Aquário Marinho de Paranaguá se tornará a casa de muitos animais que não têm mais condições de voltar à natureza. Nenhum bicho será capturado do ambiente. A prioridade será para espécies nativas do litoral do Estado, mas haverá animais exóticos importantes e que merecem ser vistos.
Novidades
Os tanques de toque devem abrigar estrelas do mar, ouriços e arraias, com a supervisão de monitores. Nos tanques maiores, os visitantes poderão visualizar os animais por uma passarela. Outras novidades são o jardim com ossos de animais marinhos e o mirante voltado para o Rio Itiberê e a Baía de Paranaguá.