Considerada o berço da civilização do Paraná e o porto escoador de grande parte da produção do Estado, a cidade litorânea de Paranaguá está completando hoje 359 anos de idade. Para comemorar, está prevista uma ampla programação cultural e religiosa, com shows, feiras e missas.
Além disso, serão realizadas várias inaugurações. O prefeito José Baka Filho vai entregar aos parnanguaras o Centro Municipal de Diagnóstico/Hospital João Paulo II, a reforma da Unidade de Saúde Argemiro de Félix e a ampliação das Escolas Arminda de Souza Pereira e João Rocha dos Santos. Recentemente, também houve investimento no trapiche da Ilha do Amparo; na Praça do Japão; na construção da Unidade de Beneficiamento de Mel de Abelha, em Colônia Santa Cruz, e no projeto de ampliação da Escola Iracema dos Santos, na Ilha dos Valadares.
Com cerca de 160 mil habitantes, Paranaguá tem na atividade portuária sua principal base econômica. A maioria dos moradores do município vive, de forma direta ou indireta, de ações ligadas ao Porto Dom Pedro II, considerado um dos mais importantes do País. Além disso, o município é um grande produtor de banana, tem grande atividade pesqueira e vem se destacando cada vez mais como roteiro turístico.
?Chamam a atenção em nossa cidade os casarios antigos e a beleza da Baía de Paranaguá. Além disso, temos o turismo esportivo, que está muito ligado à pesca; o de eventos, como o Carnaval e a Festa da Tainha, que na metade do ano chega a atrair 150 mil pessoas para cá, e o religioso, verificado, por exemplo, em 15 de novembro, quando é realizada a festa de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná. Em 17 de outubro, Paranaguá também comemora o dia de sua padroeira: Nossa Senhora do Rosário?, cita o prefeito.
Histórico
Paranaguá deriva dos vocábulos indígenas ?Paraná? (grande rio) e ?goá? (redondo). Este último termo faz alusão à Baía de Paranaguá. A região foi povoada por pessoas procedentes do Estado de São Paulo, que começaram a se instalar na Ilha da Cotinga entre os anos de 1550 e 1560. Nessa época, o continente era habitado por índios carijós. ?A colonização começou pelas ilhas, justamente em função da presença dos índios. Só à medida que eles foram ficando mais amistosos é que os colonizadores começaram a chegar ao continente?, conta Baka.
Em 1640, chegou à região o capitão provedor Gabriel de Lara, considerado o primeiro governante do local. Em 1646, foi erigido o pelourinho, símbolo de poder e justiça. Dois anos depois, o então povoado tornou-se vila, chamando-se Vila de Nossa Senhora do Rocio de Paranaguá. Em 1660, tornou-se capitania. Em 5 de fevereiro de 1842, passou à condição de cidade.
Estrada e escola fazem aniversário
Junto com Paranaguá, fazem aniversário a Estrada do Mar e a Escola Normal da cidade. As duas obras foram inauguradas há oitenta anos pelo então presidente do Estado do Paraná, Caetano Munhoz da Rocha (1879-1944).
A Estrada do Mar, atualmente chamada Estrada das Praias, é responsável pela ligação entre Praia de Leste e a BR-277. Com cerca de 25 quilômetros de extensão, é considerada bastante importante para o turismo do litoral do Estado. ?Foi o primeiro acesso por terra às praias do Paraná?, comenta o engenheiro civil Paulo Munhoz da Rocha, filho de Caetano.
Já a Escola Normal, que funciona até hoje, foi inaugurada como o estabelecimento de ensino de maior porte existente em Paranaguá, levando desenvolvimento intelectual e profissional à cidade. Todos os anos, na data de aniversário da instituição, o nome do antigo presidente do Estado é lembrado e homenageado.
Nascido em Antonina, Caetano Munhoz da Rocha, antes de assumir o governo do Estado, foi prefeito de Paranaguá por duas vezes, de 1908 a 1912 e de 1912 a 1916. Durante suas gestões, ele também realizou trabalhos importantes ao município e que geram benefícios até hoje, como implantação do sistema de água e esgoto, da rede telefônica e do mercado de peixe. Também promoveu uma reforma geral no mercado central. ?Até hoje, a população de Paranaguá presta homenagens a meu pai no dia 14 de maio (data de nascimento de Caetano). Ele é considerado patrono da cidade?, diz Paulo.