Mais um grupo de nove pessoas, que deixou o Líbano esta semana, chegou ontem ao aeroporto Afonso Pena, em Curitiba. Todas saíram de Adana, na Turquia, com o avião da Força Aérea Brasileira. Fauzie Fauaz, de 42 anos, com a mãe Fatme, 60, e a filha Gihan, 15, estavam em Tibnim, no sul do Líbano, assim como Nádia Hamud Fauaz, 39 anos, a mãe Jamile e a filha dela Dúnia. A outra família – Asisa Jezzini Harajli, de 40 anos e os filhos Maruan, 15, e Noor, 6, – retornou de Beirute, onde morava.
Fauzie, Fatme e Gihan estavam de férias no sul do Líbano, onde ficaram por pouco mais de duas semanas. Com medo de ficar na região, que era de bastante risco, as três resolveram pegar um carro e rumaram até a capital do país, Beirute. Foram cinco horas e meia de viagem e cenas chocantes de guerra. ?Muitas bombas. Acho que essa viagem foi a pior coisa que vivi?, conta Gihan ao desembarcar em Curitiba. Elas ficaram em Beirute até o último dia 21, quando seguiram para a Turquia, junto com outras 47 pessoas, no comboio organizado pelo consulado brasileiro. As três estão aliviadas por chegar em casa. ?Não tenho nem palavras para dizer o que estou sentindo agora que cheguei aqui. Graças a Deus estou no Brasil. Pensei que não ia escapar dessa?, diz Fauzie emocionada.
Ali Fauaz, 46 anos, aguardava ansiosa pela esposa Nádia e a filha Dúnia. ?Eu falava com elas todos os dias. Agora que chegaram estou tranqüilo?, diz ele. Ali conta que as duas e a sogra Jamile estavam também em Tibnin, mas logo foram para Beirute. Na capital libanesa, elas não se sentiram seguras e foram se refugiar nas áreas de montanhas de Bikfaya. Na última semana, elas pegaram um táxi e voltaram para Beirute, onde entraram em contato com a embaixada brasileira e tomaram o comboio rumo à Adana. ?Não acreditei que sairíamos vivas, vimos coisas terríveis lá?, conta Jamile.
Nádia Jezzini, que recepcionou a irmã Asisa e os filhos, que moravam em Beirute, conta que, por enquanto, os três permanecem no Brasil.
