Mestre das montanhas

Paranaense retorna ao Monte Everest pela 3ª vez com novo desafio

Imagem mostra paranaense Waldemar Niclevicz escalando o Monte Everest
Paranaense já subiu o Monte Everest duas vezes. Foto: Waldemar Niclevicz | Arquivo Pessoal

Trinta anos depois de escalar o Monte Everest pela primeira vez, o paranaense Waldemar Niclevicz, de 59 anos, embarca novamente neste mês rumo à montanha de maior altitude do planeta, na cordilheira do Himalaia, fronteira entre o Nepal e a China. O desafio vai além da superação física e do contato com a natureza. Dessa vez, nesse reencontro com o monte, o alpinista quer chamar a atenção para a restauração ecológica do Paraná. 

Recentemente, sua propriedade de 34 hectares foi transformada em uma área de preservação ambiental, a Reserva Natural do Alpinista. O projeto se sustenta em três pilares: restauração florestal com a reintrodução da Araucária, proteção e introdução dos polinizadores e preservação de rios. Com essa missão em mente, Niclevicz vê na expedição uma oportunidade de mobilizar toda a sociedade. 

“Quando completei 10 anos da conquista, voltei ao Everest. Em 2015, planejava voltar para comemorar os 20 anos, mas, por algum motivo, não fui e justo naquele ano houve um grande terremoto. Foi como uma premonição. Desde então, queria voltar quando completasse 30 anos da conquista, mas não achava um motivo. Durante a pandemia, comprei uma propriedade e me dei conta da urgência da questão ambiental. Estudei e decidi plantar duas mil araucárias enxertadas para ajudar o planeta. Cada muda custa aproximadamente R$ 200. Por isso, vi no Everest uma oportunidade para acelerar esse processo”, explicou. 

O paranaense Waldemar Niclevicz foi o primeiro brasileiro a chegar no topo do Monte Everest. Foto: Arquivo Pessoal | Waldemar Niclevicz

O propósito da expedição vai além do plantio de árvores: Niclevicz quer conscientizar a população sobre a importância da preservação. A reserva servirá como um espaço de educação ambiental, especialmente para estudantes de escolas públicas e privadas, ajudando crianças e adolescentes a compreenderem seu papel na manutenção dos ecossistemas.

Causa ambiental é uma das principais bandeiras de Waldemar Niclevicz. Foto: Arquivo Pessoal

“Nos últimos 50 anos, perdemos mais da metade da biodiversidade mundial. É uma situação gravíssima, mas, por se tratar de florestas e animais, muitas pessoas não percebem a crise. Imagine que entre 1970 e 2020, cerca de 70% da população humana desaparecesse. Foi isso que aconteceu na natureza. Precisamos lembrar que uma árvore é um ser vivo, assim como uma onça. Cada elemento desempenha um papel essencial no equilíbrio ambiental.” 

Desafios do Everest

As mudanças climáticas também transformaram a realidade do Everest. O aumento das temperaturas tem acelerado o derretimento das geleiras, tornando a montanha mais instável e aumentando os riscos de avalanches e deslizamentos.

 “As maiores montanhas do mundo estão derretendo. Sem a camada de gelo, a rocha fica exposta à radiação solar, comprometendo toda a estrutura. Atualmente, o risco de escorregar é muito maior, sem falar nos desastres que podem acontecer, como deslizamentos e desmoronamentos”, alerta Niclevicz. 

Waldemar Niclevicz coleciona desafios no montanhismo

Pioneiro em desafios, Waldemar foi o primeiro brasileiro a escalar o K2 e os Sete Cumes – um dos circuitos mais desafiadores do montanhismo. Já conquistou sete das 14 montanhas com mais de oito mil metros, subiu o Everest duas vezes e escalou mais de 30 das principais montanhas do mundo. Na Região Metropolitana de Curitiba, onde treina regularmente, soma mais de 800 subidas ao Pico do Marumbi. Por ano, são mais de 50 vezes. 

“O alpinismo é a minha paixão, amo as montanhas e tenho um amor muito grande pelo Everest. Estou muito muito feliz de ir para lá mais uma vez. Nossa equipe é maravilhosa, somos amigos, todos imbuídos de uma causa importante, a causa ecológica.”

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