O Paraná irá receber um aumento anual de R$ 157,1 milhões para a área da saúde a serem investidos nos setores de média e alta complexidades, que envolvem cirurgias e consultas especializadas. Do total, R$ 50,5 milhões serão destinados ao crescimento da oferta de serviços e R$ 106,6 milhões para melhor remuneração. O anúncio foi feito ontem (Dia do Médico) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que esteve em visita a Curitiba.
Com a medida, segundo o Ministério da Saúde, o gasto per capita do Estado na área irá subir de R$ 107,85 para R$ 122,93, enquanto o nacional é de R$ 113. O limite de gastos com procedimentos de média e alta complexidades, com recursos da União, em todos os municípios paranaenses, passará a ser de R$ 1,3 bilhão. ?É uma medida emergencial para minimizar os problemas enfrentados pela saúde pública do Estado, como filas e outras deficiências de atendimento. Entretanto, o SUS (Sistema Único de Saúde) só irá funcionar de forma adequada quando houver a junção da aplicação adequada de recursos com melhorias de gestão?, afirmou Temporão.
Ainda em relação ao SUS, o ministro defendeu a implementação da Emenda Constitucional 29, que já foi regulamentada, mas ainda não foi posta em prática. Ela estabelece que os municípios devem destinar 15% de seus recursos à saúde, os estados, 12% e a União, o que foi investido no ano anterior mais o correspondente ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB).
Dengue
Em visita ao Hospital Erasto Gaertner, onde foi homenageado pela equipe médica e de funcionários, Temporão também comentou sobre o problema da dengue no Brasil. Nos primeiros nove meses deste ano, o País teve cerca de 480 mil casos da doença, o que representa um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Do total, 1.076 foram de dengue hemorrágica, que envolveram 121 óbitos. No Paraná, no mesmo período, houve aumento de cerca de 800% no número de casos.
?No Paraná, serão realizadas as mesmas estratégias que no restante do Brasil. O combate à dengue deve ser constante e a população deve ter consciência disso?, disse o ministro. A campanha estimula as pessoas a evitar o acúmulo de água parada, que contribui para o desenvolvimento do mosquito transmissor da doença, Aedes aegypti.
Violência
O ministro também fez questão de frisar sua preocupação com o que chama de ?epidemia da violência? no Brasil. Ele destacou principalmente os acidentes de trânsito e a relação destes com o consumo de bebidas alcoólicas. ?São 34 mil mortes por ano no trânsito, metade dessas mortes de alguma maneira tem o álcool envolvido, além de agressões, homicídios e acidentes de trabalho?, lembrou. Para combater este processo, o ministério se empenha na proibição da venda de bebidas alcoólicas em rodovias e postos de gasolina.